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Estadão
Publicado em 21 de julho de 2024 às 14:24
Com a promessa de "passar um pente-fino em todos os contratos" da administração municipal, a economista Marina Helena oficializou neste domingo, 21, sua candidatura à Prefeitura de São Paulo pelo Partido Novo. O coronel da Polícia Militar, Reynaldo Priell Neto, ex-secretário-adjunto de Segurança Pública de São Paulo, será o vice na chapa. >
Ao final do convenção partidária, o Novo ainda confirmou a filiação do deputado federal Ricardo Salles, expulso do partido em 2020. A adesão de Salles, egresso do Partido Liberal (PL), faz com que o a legenda atinja o quorum de cinco deputados na Câmara, o que garante a presença da ex-secretária de Paulo Guedes em debates televisivos.>
Salles tem anunciado desde o dia 5 de julho que voltaria ao partido que o expulsou. A intenção é disputar o Senado em 2026. O ex-ministro do Meio Ambiente do governo Bolsonaro foi filiado ao Novo entre 2018 e 2020 e foi expulso da legenda em maio daquele ano, em meio ao afastamento entre Novo e Bolsonaro.>
A convenção foi realizada na manhã deste domingo, 20, no Edifício Itália, no centro de São Paulo. O encontro também formalizou as 56 candidaturas da sigla à Câmara Municipal.>
"São Paulo, infelizmente, gasta demais e devolve de menos aos seus filhos", disse Marina Helena em discurso durante a convenção, prometendo um "pente-fino" para que recursos públicos não sejam direcionados "às máfias que dominam a cidade". Como exemplo das máfias, mencionou a gestão dos transportes municipais e o serviço de lixo.>
Marina Helena, que é economista, registrou 5% das intenções de voto na última pesquisa divulgada pelo Instituto Datafolha. Ricardo Nunes (MDB), atual prefeito que tenta reeleição, e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) aparecem tecnicamente empatados com 24% e 23%, respectivamente.>
A candidata do Novo foi diretora de Desestatização do Ministério da Economia de Paulo Guedes, durante o governo Bolsonaro. Além disso, foi CEO do Instituto Millenium e tem carreira no setor bancário.>
Como mostrado pela Coluna do Estadão, Maria Helena aposta em financiadores milionários para turbinar sua campanha. A economista tem pouco acesso ao fundo eleitoral e tempo de televisão reduzido pela falta de alianças partidárias>
Ex-secretária de Guedes>
A pré-candidatura de Marina Helena foi anunciada pelo Partido Novo em outubro de 2023. Durante o governo de Jair Bolsonaro, ela foi diretora da Secretaria Especial de Desestatização do Ministério da Economia, então comandado por Paulo Guedes.>
Marina também foi diretora do think tank Instituto Millenium. Em 2022, saiu da gestão do Instituto para ser candidata a deputada federal. Obteve 50.073 votos, conquistando a suplência.>
Entusiasta de Javier Milei>
Nas redes sociais, a economista se afirma como entusiasta de Javier Milei, presidente da Argentina. Em janeiro, durante o 54º Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, a pré-candidata, que estava grávida, compartilhou uma foto em seu Instagram na qual colocava um fone de ouvido sobre a barriga, para que seu bebê pudesse "escutar" o discurso de Milei na conferência.>
"Despertando meu leãozinho", escreveu a economista, referindo-se a um dos jargões de Miliei durante a campanha presidencial. A pré-candidata acrescentou a legenda da publicação com outra frase de efeito do presidente argentino: "Viva a liberdade!".>
Estreia do Novo na disputa à Prefeitura>
O Novo obteve seu registro em 2015 e participa de eleições em São Paulo desde 2016. No primeiro pleito que disputou, a sigla conquistou uma cadeira na Câmara Municipal; na eleição seguinte, em 2020, elegeu dois vereadores. Porém, em 2024, o partido estreará numa eleição para o Executivo da cidade.>
Em 2020, Filipe Sabará chegou a iniciar a campanha, mas, no meio do processo, teve a candidatura suspensa pelo próprio partido, por inconsistências no currículo. Marina Helena era a vice da chapa de Sabará, mas renunciou à candidatura dias antes do partido suspender a campanha.>
Quem é Priell Neto, o vice de Marina Helena?>
Priell Neto é coronel veterano da Polícia Militar e está na corporação desde 1987. É bacharel em Direito, mestre em Direito Contratual e doutor em Ciências Policiais. Na PM, já chefiou a divisão de processamento de dados e o departamento de Tecnologia da Informação. De 2015 a 2017, comandou a Assessoria Policial Militar da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp)>
Durante o primeiro semestre, um dos nomes cotados para compor a chapa de Marina Helena era o da ex-deputada estadual Janaina Paschoal, que elogiou publicamente a pré-candidata do Novo. Segundo Janaina, a aliança de fato esteve em pauta, mas não foi adiante.>
"Ser vice de Marina (Helena) era uma possibilidade. Eu mantenho todos os elogios que fiz a ela e votarei nela no primeiro turno", disse a ex-parlamentar ao Estadão. Janaína se filiou em março ao Progressistas, que compõe o grupo político ligado ao prefeito Ricardo Nunes, e admitiu as chances de se candidatar a vereadora na capital paulista.>