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Tharsila Prates
Publicado em 21 de agosto de 2025 às 23:12
Policiais civis da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), em conjunto com o Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE) do Rio de Janeiro, cumpriu, nesta quinta-feira (21), 40 mandados de busca e apreensão, além de ordens de bloqueio de valores que somam R$ 6 milhões e de sequestro de bens móveis e imóveis vinculados a uma sofisticada organização criminosa voltada a fraudes bancárias e lavagem de dinheiro. Além da capital fluminense e de outros municípios da região metropolitana, a ação ocorreu também em São Paulo e Ceará, com o apoio das polícias dos dois estados.>
Durante a ação, foram apreendidos 31 aparelhos celulares, um notebook, um computador, três máquinas de cartão, 10 folhas de cheques, 36 cartões em nome de terceiros, um revólver, drogas e R$ 7.317. Além disso, houve uma prisão em flagrante por tráfico de drogas ocorrida em São Paulo.>
O objetivo foi desarticular toda a cadeia criminosa, atingir seu poder econômico por meio do bloqueio de valores e sequestro de bens e enfraquecer estruturas que sustentam práticas reiteradas de fraude, estelionato e dissimulação de ativos ilícitos. As investigações apontaram que a organização atuava simultaneamente em três frentes criminosas, demonstrando elevado grau de sofisticação.>
De acordo com a polícia, a primeira célula do grupo era responsável pelas fraudes bancárias. Seus integrantes compareciam a agências com documentos falsificados, contendo dados reais de empresas e sócios legítimos, e retiravam talões de cheques emergenciais em nome de firmas lesadas. Os cheques eram posteriormente utilizados em operações fraudulentas, gerando débitos milionários e prejuízo direto às instituições financeiras e às vítimas.>
Outra parte do grupo era responsável por invasões de dispositivos eletrônicos. O grupo se especializou em invadir celulares e aplicativos bancários, promovendo transferências eletrônicas ilícitas para contas controladas pela organização. Alguns desses aparelhos eram provenientes de roubos e furtos, sendo levados ao interior de comunidades dominadas pela facção Comando Vermelho (CV), onde eram desbloqueados para possibilitar o acesso a aplicativos financeiros e novas movimentações fraudulentas.>
A organização também criava boletos fraudulentos, induzindo as vítimas a acreditar que quitavam obrigações legítimas. Ao realizarem o pagamento, constatavam que os valores eram direcionados a contas vinculadas ao grupo criminoso, ampliando os ganhos ilícitos e alimentando o esquema de lavagem de capitais.>
As investigações também revelaram que os principais integrantes do grupo possuem antecedentes criminais, com passagens por estelionato, receptação e diversos crimes patrimoniais.>