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Da Redação
Publicado em 20 de agosto de 2019 às 20:20
- Atualizado há 2 anos
O pai de uma das pessoas feitas reféns durante o sequestro de um ônibus que parou na Ponte Rio-Niterói por mais de três horas foi até a Delegacia de Homicídios de Niterói nesta terça-feira (20) e consolou a mãe do criminoso. Paulo César Leal, 54 anos, encontrou a mulher, que prefere não ser identificada, já no portão. Ela passou cerca de uma hora sendo ouvida e, segundo a polícia, passou mal."Como ser humano, fui ajudar, porque naquele momento a dor é dos dois lados. Eu não tenho poder de julgar nem falar qualquer coisa que seja boa. Só falei para ela ter calma e confiar. O que eu vou dizer para ela, de conforto? Não tem o que dizer", disse ao Uol.Diariamente, Paulo César leva a filha, a historiadora Raiane Leal, 24, até o ponto de ônibus. Ele deixou a filha no local por volta das 4h40, quando ela entrou no ônibus Alcantara x Estácio. Ainda de manhã, recebeu a notícia do sequestro de um ônibus, inicialmente pensando que não poderia ser o da filha, pelo horário. Mas ao tentar e não conseguir falar com Raiane, ele ficou preocupado. Ao assistir o caso na TV, acabou notando que se tratava, de fato, do ônibus em que Raiane estava.>
"Senti uma aflição, uma coisa muito difícil. Tentei procurar me manter calmo, porque tenho minha outra filha e minha esposa. Eu tenho os problemas de coração, ela também. Tentei manter a calma, mas foi difícil", conta. Ele viu quando ela foi liberada. "Reconheci ela na hora em que saiu. No primeiro momento, a gente não quer acreditar. Mas a imagem passou mais uma vez e confirmei. Ainda não respirei, mas estou tentando".>
Ele explicou sua motivação: "Como ser humano, fui ajudar, porque naquele momento a dor é dos dois lados. Eu não tenho poder de julgar nem falar qualquer coisa que seja boa. Só falei para ela ter calma e confiar. O que eu vou dizer para ela, de conforto? Não tem o que dizer", contou Paulo.>
Ele diz que vai orar pela família de Willian Augusto da Silva, 24. "Infelizmente aconteceu isso com ele. Deus não quer isso para ninguém, mas naquele momento não tem o que fazer. A gente ora pelos familiares, pela mãe dele. Mas ainda bem que minha filha está bem",>
Willian foi baleado quatro vezes. Ele chegou a ser socorrido para o Hospital Municipal Souza Aguiar, mas não resistiu aos ferimentos. >