Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Da Redação
Publicado em 24 de março de 2017 às 23:37
- Atualizado há 2 anos
O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), planeja anunciar nos próximos dias um corte nos salários dos professores e funcionários da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), que ainda não iniciaram o ano letivo. A previsão é de que a redução seja na casa dos 30%, mas o caso ainda é analisado pela Procuradoria Geral do Estado (PGE), a pedido de Pezão. >
As aulas na Uerj deveriam ter iniciado em 17 de janeiro, mas o corpo docente avaliou que os prédios não tinham condições estruturais. À rádio CBN, Pezão disse que pretende promover o corte já no salário de fevereiro, que está atrasado. Por outro lado, prometeu colocar em dia as contas da instituição. >
Oficialmente, a única manifestação do governo foi por meio da PGE, que afirmou em nota estar “estudando medidas judiciais para garantir o retorno às aulas”, “atendendo solicitação do governador”. A reitoria informou que não vai comentar as declarações de Pezão. “A universidade não foi oficialmente informada do fato e só irá se pronunciar quando isso acontecer.”>
A presidente da Associação de Docentes da Uerj, Lia Rocha, disse que o órgão recebeu com “surpresa” a informação e ainda não foi notificado formalmente. “Queríamos saber como o governador pretende cortar um salário que ainda não recebemos e nem temos previsão para receber. Ainda não recebemos o 13º nem o salário de fevereiro. O de janeiro foi parcelado. Estamos com dificuldade de compreender essa medida.” Lia também afirmou que os professores não estão em greve.>
“Apenas os técnicos, como secretários e funcionários dos Recursos Humanos, estão em greve. Estamos trabalhando, fazendo a orientação de alunos, tarefas administrativas, a reforma curricular. Só não estamos dando aulas porque os professores e a reitoria decidiram que não há condições”, afirmou. >
Segundo ela, a faculdade está sem serviço de limpeza, o restaurante universitário não funciona, as bolsas estão atrasadas e houve cortes de funcionários da segurança e da manutenção dos elevadores. “Se o governador realmente cumprir isso, vamos entrar com um mandado de segurança na Justiça.” >
Apoio Em uma participação em banca de concurso para professor da Faculdade de Direito da Uerj, o ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin comentou a crise. “Dei aula por dois anos na Uerj, e espero que ela supere essas dificuldades. Acho que vai superar.” No intervalo, ele disse que a Uerj é “sua segunda casa”, depois da Federal do Paraná (UFPR), onde foi aluno e professor. >