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Rede Nordeste, JC
Publicado em 24 de outubro de 2023 às 11:04
Três homens suspeitos de participação no assassinato do juiz Paulo Torres Pereira da Silva, de 69 anos, do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), foram presos nessa segunda-feira (23). O trio foi capturado numa casa na praia de Gaibu, no Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife. >
Os nomes dos suspeitos ainda não foram confirmados pela polícia. Eles têm 19, 20 e 21 anos. >
O trio teria confessado o crime. Eles teriam dito que mataram o magistrado durante uma tentativa de assalto. Mas os investigadores seguem apurando o caso para esclarecer se essa, de fato, foi a motivação. >
O carro usado no assassinato do juiz também foi apreendido pela polícia e encaminhado, junto ao trio, para a sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no bairro do Cordeiro, no Recife. >
Na manhã desta terça-feira (24), o trio foi levado para o Instituto de Medicina Legal (IML), onde passou por exames de corpo de delito. Depois, foi encaminhado para audiência de custódia. A Justiça irá decidir se decreta a prisão preventiva dos três suspeitos. >
Equipes da Polícia Civil continuam nas ruas e outras prisões ou apreensões ainda podem ser realizadas ao longo da manhã. >
Como ocorreu o assassinato do juiz?>
Na noite da última quinta-feira (19), o juiz Paulo Torres teria ido caminhar na Praia do Paiva, no Cabo de Santo Agostinho. O assassinato aconteceu no retorno dele, a 300 metros de casa, na Rua Maria Digna Gameiro, no bairro de Candeias, em Jaboatão dos Guararapes. >
O tiro foi na cabeça, segundo a polícia. A vítima, após ser baleada, bateu com o carro em um muro. Os criminosos desceram do veículo onde estavam e seguiram armados até perto do juiz, possivelmente para verificar o óbito. Eles usavam máscaras cirúrgicas.>
Nenhum pertence do juiz foi levado no crime. Ele estava sem documentos, mas a família justificou que ele tinha a carteira de habilitação digital no celular. O aparelho está passando por perícia desde a última sexta-feira.>
O juiz era titular da 21ª Vara Cível da Capital. >
Investigação>
Durante a semana estão previstos depoimentos de testemunhas - entre familiares e colegas de trabalho do magistrado.>
O TJPE reforçou que a chefia da Assistência Policial Militar e Civil do tribunal nunca recebeu informações sobre algum tipo de ameaça ao magistrado.>
Imagens de câmeras de segurança que mostram parte do percurso feito pelo juiz até o momento em que foi morto também estão sob análise de um grupo restrito de profissionais da segurança para evitar vazamentos.>
Os investigadores também querem identificar o ponto exato em que o carro do magistrado passou ser seguido pelo veículo dos criminosos.>
O delegado Roberto Ferreira, titular da 12ª Delegacia de Homicídios, está no comando do inquérito.>
O caso é acompanhado pelo Departamento de Segurança Institucional do Poder Judiciário, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). >
Por meio de nota, a assessoria do CNJ declarou que, por enquanto, "não nos cabe alguma manifestação já que o devido processo investigativo está em curso pelas autoridades locais".>
Além do CNJ, uma força-tarefa formada por promotores de Justiça de Jaboatão dos Guararapes e do com o Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de Pernambuco, também foi criada para acompanhar as investigações.>
Quem era o juiz morto?>
Paulo Torres Pereira da Silva estava na magistratura há mais de três décadas.>
"Conhecido como Paulão, o magistrado era muito querido por todos que fazem o Judiciário pernambucano. Tinha 69 anos e era juiz há quase 34 anos. Em várias oportunidades, atuou como desembargador substituto", disse o TJPE.>
Paulo Torres tomou posse na magistratura pernambucana no dia 25 de abril de 1989. Através do Ato 130/1989, publicado no dia 19 de abril do referido ano, no Diário Oficial da Justiça, ele foi nomeado magistrado, em virtude de aprovação em concurso público de provas e títulos para exercer o cargo de juiz de direito, na Comarca de Verdejante, iniciando o exercício de sua função no dia 26 de abril de 1989.>
Em 1991, Paulo Torres assumiu a 2ª Vara da Comarca de Salgueiro. A partir do referido ano, ele também atuou como juiz das Comarcas de Serrita, São José do Belmonte, Parnamirim, Belém de São Francisco e Escada. Em 1993, o magistrado atuou na Comarca de Jaboatão dos Guararapes. Em seguida, atuou na Comarca do Cabo de Santo Agostinho.>
A chegada à Comarca da Capital aconteceu em 1994. No Recife, foi juiz na 8ª Vara Cível, na 1ª Vara da Fazenda Municipal e no I Juizado Especial de Pequenas Causas do bairro do Rosarinho. Atuou também nas 1ª, 2ª, 3ª, 4ª, 5ª, 6ª, 10ª, 13ª, 16ª, 17ª e 18ª Varas Cíveis da Capital.>