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Da Redação
Publicado em 5 de janeiro de 2023 às 11:14
Filha de uma escrava liberta, Antonieta de Barros (1901 - 1952) já era adulta quando aprendeu a ler e escrever, e abriu um curso popular para alfabetizar adultos. É dela a autoria do projeto de lei que criou o do Dia do Professor, que em 1963 deixou de ser uma celebração apenas em Santa Catarina e se tornou feriado nacional. Foi também responsável por criar leis que concediam bolsas de estudos em cursos superiores para alunos pobres, que não podiam pagar a mensalidade. >
Eleita em 1934 deputada estadual suplente em Santa Catarina, Antonieta Barros foi a primeira mulher preta a se tornar deputada no Brasil. Nesta quinta-feira (5), a trajetória de Barros na vida e na política entrou para o Livro das Heroínas da Pátria. O reconhecimento foi publicado no Diário Oficial da União, assinado pelo presidente Lula (PT) e pelas ministras da Cultura, Margareth Menezes, e da Igualdade Racial, Anielle Franco. >
Com atuação em Santa Catarina, Barros tem também a marca de ser a primeira mulher a assumir a Presidência de uma assembleia legislativa no Brasil. Foi ainda a primeira mulher negra a trabalhar na imprensa em Santa Catarina. Em seus textos, dizia que as mulheres não deveriam ser "virgens de ideias". >
Duas vezes deputada estadual, Barros defendeu a estruturação da carreira de docente, o acesso de mulheres aos estudos e a criação de escolas para a população mais pobre. >
O nome de Antonieta Barros foi aprovado para entrar no livro em junho do ano passado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. O autor do projeto foi o deputado Alessandro Molon (PSB-RJ).>
O Livro de Heroínas da Pátria se encontra no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Nomes como Zumbi dos Palmares, Dom Pedro I, Ana Néri, Luís Gama, Getúlio Vargas e Tancredo Neves também estão inscritos. >