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Da Redação
Publicado em 8 de abril de 2011 às 19:11
- Atualizado há 2 anos
Nesta sexta-feira (8), a doutora em psiquiatria forense pela USP Hilda Morana tirou dúvidas que chegaram pelo Twitter sobre psicopatia.Segundo ela, uma pessoa como Wellington Menezes de Oliveira, que assassinou 12 adolescentes na última quinta (7) no Rio de Janeiro, não é louca, mas apresenta uma falha de desenvolvimento cerebral na parte que corresponde ao caráter. Esse problema não tem cura, mas é possível gerenciá-lo.Um transtorno de personalidade, de acordo com a médica, não vem da criação dos pais nem da educação que o indivíduo recebe. Essa condição é herdada, portanto, os pacientes não são culpados por terem determinada conduta, mas precisam ser monitorados para o resto da vida, pois podem ter comportamentos violentos. Com uma certa idade, por volta dos 50 anos, é comum as pessoas em geral ficarem mais tranquilas, o que também ocorre com quem tem problemas de personalidade.A especialista diferenciou, ainda, uma criança levada de uma hiperativa que precisa de acompanhamento e tratamento constante. Hilda disse que todos os psicopatas que já analisou foram hiperativos na infância, mas o contrário não é regra.Criminosos tendem a repetir maldades que viram em filmes ou videogames, por exemplo. Eles não têm o limite vital, que é o respeito ao outro, explicou a médica. Quem se mata depois de assassinar alguém é porque se acovarda ao não conseguir conviver com esse fato. Já o que tenta fugir ou se esconder está em busca de excitação e demonstra uma maior alteração de caráter.Além disso, Hilda afirmou que os psicopatas têm plena noção do que é certo e errado, porque o defeito não está no intelecto, mas no caráter. A família sempre deve incentivar o tratamento, e a pessoa com transtorno grave de personalidade deve saber que o fim dela, provavelmente, será no cemitério ou na cadeia.Por fim, a psiquiatra destacou que ninguém normal vira psicopata, mas já nasce assim. Desde criança, o adulto certamente demonstrava comportamento de risco, mentiras, egoísmo e agressividade. As informações são do G1.>