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Wladmir Pinheiro
Publicado em 20 de fevereiro de 2025 às 16:42
Em delação premiada, que teve o sigilo derrubado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, revelou detalhes da atuação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022 e no gabinete do ódio no Palácio do Planalto.>
Um ajudante de ordens é um oficial militar designado para prestar assistência direta ao presidente da República. Ele atua como uma espécie de secretário pessoal, acompanhando o chefe do Executivo em agendas oficiais, reuniões reservadas e até no carro presidencial. >
Tradicionalmente, essa função é exercida por um militar da ativa, que tem acesso privilegiado a informações sensíveis, como contatos pessoais e a mala presidencial.>
O presidente Lula, no entanto, optou por não ter um ajudante de ordens. Ao Estadão, o petista já afirmou que "perdeu a confiança" em parcela dos militares da ativa.>
"Eu perdi a confiança, simplesmente. Na hora que eu recuperar a confiança, eu volto à normalidade", admitiu Lula ao ser questionado sobre se sentia ameaçado. Esta é a primeira vez que Lula abre mão de um ajudante de ordens. No lugar, o presidente se cercou de assessores de sua confiança.>
A decisão ocorreu dias após os atos golpistas de 8 de janeiro. Após a fala, o governo federal dispensou 56 praças e oficiais das Forças Armadas e da Polícia Militar do Distrito Federal que exerciam funções de confiança no Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e na Secretaria-Geral da Presidência (SGP).>