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Perla Ribeiro
Agência Einstein
Publicado em 25 de junho de 2025 às 08:44
Enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o consumo de quatro porções diárias de hortaliças e frutas, algumas dietas “da moda” pregam a retirada desses alimentos do cardápio. Esses movimentos que invadem as redes sociais, como a onda da “dieta carnívora”, estão por trás de prejuízos à saúde. Afinal, os vegetais são redutos de compostos protetores, e não faltam pesquisas atestando seus benefícios. Uma revisão publicada em abril no periódico científico Food Science & Nutrition reforça os efeitos benéficos das frutas em prol do intestino, com impactos no sistema imunológico.>
“A combinação de vitaminas, sais minerais e compostos de ação antioxidante favorece a microbiota intestinal”, explica o nutrólogo do Hospital Israelita Albert Einstein, Celso Cukier. Para completar, vários desses alimentos contêm fibras especiais conhecidas como prebióticas. “Elas contribuem para a proliferação das bactérias do bem”, comenta Cukier. Algumas oferecem ainda os polifenóis, que também estimulam o crescimento dessa população bacteriana, sobretudo das Bifidobactérias e dos Lactobacilos.>
Esse conjunto de nutrientes ajuda a combater a disbiose, que é o desequilíbrio na população de micro-organismos, com maior concentração de micróbios patogênicos em comparação com os benéficos. A disbiose afeta a permeabilidade do intestino, permitindo que agentes nocivos viajem pela circulação e desencadeiem inflamações e outros danos. Por outro lado, há evidências de que manter a harmonia no ecossistema intestinal promova um reforço na imunidade. Entre os mecanismos envolvidos está o aumento na produção de células imunológicas, segundo a pesquisa recente.>
Outros trabalhos mostram um elo entre o equilíbrio na microbiota e a regulação da resposta imune, o que pode ajudar a blindar o organismo contra infecções oportunistas, caso de gripes e resfriados. Vale frisar que tais processos só acontecem de maneira eficaz dentro de um contexto saudável, ou seja, com cardápio equilibrado, atividade física, boas horas de sono e gerenciamento do estresse. >
E, como em tudo na alimentação, o ideal é consumir com parcimônia. “Ainda que as frutas apresentem benefícios, não dá para exagerar no consumo”, pondera o nutrólogo. Ele enfatiza a necessidade de um maior controle para pessoas com diabetes e problemas renais, que devem ter acompanhamento de médico e nutricionista.>
Frutose é vilã?>
Nos últimos anos, têm se popularizado discursos acusando as frutas de não serem saudáveis devido à presença de frutose em sua composição. A frutose é um tipo de açúcar que, em excesso, pode desencadear o ganho de peso. Mas o problema não está nas frutas: ela tem sido amplamente usada na indústria para adoçar produtos ultraprocessados, como refrigerantes, sorvetes, cereais matinais e achocolatados. Essas são as fontes de frutose que devem ser evitadas por quem se preocupa com a própria saúde.>
Nos frutos, os teores da substância são muito menores se comparados com esses produtos. Além disso, os vegetais contam com vitaminas, sais minerais, antioxidantes, compostos bioativos e fibras, numa mistura que atenua a velocidade de absorção da frutose, favorecendo o equilíbrio glicêmico. Portanto, não há motivo para tirar as frutas do cardápio por medo de ingerir frutose em excesso. >
Confira os benefícios de algumas das frutas mencionadas no estudo:>