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Saiba como o exame de fezes pode ajudar a identificar câncer

Exame de sangue nas fezes é opção acessível para rastrear câncer colorretal

  • Foto do(a) author(a) Agência Einstein
  • Agência Einstein

Publicado em 1 de maio de 2025 às 10:30

Mais de 40 mil novos casos de câncer colorretal são identificados por ano no Brasil
Mais de 40 mil novos casos de câncer colorretal são identificados por ano no Brasil Crédito: Shutterstock

O câncer colorretal, também conhecido como câncer de intestino, é o terceiro tipo mais frequente entre homens e mulheres no Brasil, com uma taxa anual de aproximadamente 46 mil casos novos, segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Embora a maioria aconteça em pessoas acima dos 60 anos, tem-se observado um aumento significativo entre adultos jovens. Seu início costuma ser silencioso e a progressão lenta, o que dificulta o diagnóstico precoce.

Um levantamento da Fundação do Câncer projeta um aumento de 21% nos casos até 2040. Segundo a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP), cerca de 75% a 80% dos tumores de intestino ainda são diagnosticados em estágios avançados, o que reduz a chance de cura e exige tratamentos mais agressivos, como quimioterapia, radioterapia e cirurgias complexas e invasivas. Quando identificado no início, porém, o câncer colorretal pode ser curado.

O diagnóstico precoce se tornou um dos principais desafios da saúde pública. O Inca recomenda o início da triagem a partir dos 50 anos, mas, com o aumento dos casos em faixas etárias mais jovens, entidades como a SBCP passaram a sugerir o início do rastreamento já aos 45 anos, mesmo sem sintomas.

E um teste acessível pode ajudar nessa investigação: o de sangue oculto nas fezes. “É crucial a busca ativa de novos casos. O sangue oculto é um exame simples e importante de rastreio que pode levar ao exame padrão ouro para o diagnóstico, a colonoscopia”, explica o oncologista clínico Rodrigo Fogace, do Hospital Israelita Albert Einstein em Goiânia.

Mutirão

Durante o “Março Azul”, mês dedicado à conscientização sobre o câncer de intestino, a SBCP se uniu à Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) para promover um mutirão de rastreamento da doença na cidade de Goiás (GO). Foram distribuídos 8 mil kits de exame de sangue oculto nas fezes para pessoas entre 45 e 70 anos.

Cerca de 2.500 testes foram realizados, dos quais 8% apresentaram resultado positivo. No total, 563 pessoas foram encaminhadas à colonoscopia, considerada o exame mais preciso para detectar esse tipo de câncer. Dessas, 423 realizaram o procedimento — incluindo as

que tiveram alterações no exame de fezes e pessoas que já tinham pedido de colonoscopia em aberto e aguardavam agendamento na rede pública. Foram encontradas 462 lesões (pólipos) em 231 pacientes (54% dos examinados) e quatro casos de câncer avançado foram confirmados.

Segundo a SBCP, esses números reforçam a importância do rastreamento ativo. “Ao contrário de outros tipos de tumor, o câncer de intestino pode ser prevenido em quase 100% dos casos. Ou seja, a gente procura diagnosticar lesões pré-malignas, antes que elas se tornem câncer, e tratá-las nesse estágio”, diz o coloproctologista Helio Moreira, diretor da SBCP e coordenador geral da campanha. “Cerca de 15% dos pólipos adenomatosos têm risco de se tornar câncer; e 54% dos pacientes que fizeram a colonoscopia tinham uma lesão. Quatro casos eram de câncer. Na média, identificamos dois pólipos por pessoa.”

Apesar do baixo custo, o exame de sangue oculto tem limitações. Sua sensibilidade mediana é de aproximadamente 60%, ou seja, a cada 100 pessoas com sangramento, 60 terão o exame de sangue oculto positivo. “Esse exame deve ser usado como rastreio somente”, pontua Fogace.

Prevenção 

O câncer colorretal tem causas multifatoriais, que envolvem desde fatores genéticos até o estilo de vida. Além da adoção de hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada e prática de atividade física, é essencial informar sobre a importância do diagnóstico precoce. Afinal, prevenir ainda é o melhor caminho para reduzir a mortalidade por essa doença.

“Não basta mudarmos a alimentação, se continuarmos sedentários. Não basta reduzirmos o etilismo, se continuarmos consumindo embutidos em excesso. A forma mais eficaz de reduzir a mortalidade desse câncer, além de mudanças dos hábitos de vida, é a conscientização da população”, conclui o oncologista do Einstein.