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Perla Ribeiro
Agência Einstein
Publicado em 9 de maio de 2025 às 10:41
Um surto de sarampo em 2019 fez o Brasil perder o certificado de país livre da doença, mas, em novembro de 2024, o país reconquistou a certificação. No entanto, agora ela volta a ser ameaçada. É que novos casos da doença começaram a surgir, acendendo o sinal de alerta entre as autoridades de saúde. Só nos quatro primeiros meses deste ano, 416 casos da doença foram notificados e cinco confirmados, segundo o Ministério da Saúde. No ano passado inteiro, foram notificadas 2.260 suspeitas, e houve cinco confirmações. >
Até agora, os casos registrados são considerados esporádicos e não há registro de mortes. Dois ocorreram no Rio de Janeiro, em bebês gêmeos que ainda não tinham idade para receber a vacina. No Distrito Federal, uma mulher adulta foi diagnosticada após provável contaminação durante uma viagem internacional. Outro caso foi registrado em Porto Alegre, também relacionado a uma viagem ao exterior. O mais recente, em São Paulo, envolve um homem de 31 anos, cuja origem da infecção está sob investigação.>
Em nota enviada à Agência Einstein, o Ministério da Saúde diz que “casos esporádicos como esses não comprometem a certificação do Brasil como país livre da circulação endêmica do sarampo, concedida pela OPAS/OMS em novembro de 2024. Embora o sarampo ainda circule em algumas regiões do mundo, a rápida resposta das autoridades de saúde tem sido essencial para evitar a transmissão local”. A pasta informou ainda que tem apoiado estados com casos de sarampo, com o envio de equipes técnicas para ações de vigilância e vacinação.>
No mundo, os casos confirmados de sarampo ultrapassaram 359 mil em 2024, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Isso, somado às lacunas na cobertura vacinal, levou a surtos localizados em seis países das Américas, com 2.313 casos notificados até o momento em 2025. Três mortes foram confirmadas e mais uma está sob investigação. “O sarampo é uma das doenças mais contagiosas do mundo”, alertou Jarbas Barbosa, diretor da OPAS em coletiva de imprensa realizada no final de abril. “E os países têm tido dificuldades para manter a cobertura recomendada de 95% da vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), deixando-nos suscetíveis a casos importados”, acrescentou.>
As viagens internacionais continuam sendo uma das principais vias para a reintrodução de doenças que estavam erradicadas ou sob controle em determinados países. E o sarampo é um exemplo clássico dessa dinâmica: por ser altamente contagioso, o vírus se espalha com rapidez em populações com baixa cobertura vacinal. “Entre todas as doenças infecciosas, o sarampo talvez seja a que apresenta a maior transmissibilidade. Costumamos dizer que ele não poupa indivíduos suscetíveis. Se encontra alguém não vacinado e que nunca teve a doença, a chance de contágio é enorme. Por isso, em cenários de baixa vacinação, o sarampo é sempre o primeiro a ressurgir e se espalhar com facilidade”, alerta Kfouri.>
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