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Da Redação
Publicado em 4 de fevereiro de 2022 às 15:52
- Atualizado há 2 anos
A Justiça manteve a prisão do sargento da Marinha Aurélio Alves Bezerra, que matou o vizinho Durval Teófilo Filho a tiros na frente do condomínio em que os dois moravam em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. Ele passou por audiência de custódia nesta sexta-feira (4).>
Além disso, a tipificação do crime, inicialmente por homicídio culposo (quando não há intenção de matar), foi alterada para homicídio doloso, ou seja, com intenção. A alteração foi feita pelo Ministério Público durante audiência.>
No depoimento, o sargento confirmou que atirou três vezes contra Durval, que era negro, porque acreditava que ele era um criminoso prestes a abordá-lo. O sargento estava dentro de um veículo na porta do condomínio quando Durval se aproximou, chegando em casa.>
Depois de atirar em Durval, o sargento notou que o vizinho não estava armado e o socorreu. Ele foi preso no hospital e inicialmente alegou falando à polícia que se tratou de legítima defesa, afirmando que notou "um homem que vinha por trás do carro".>
"O declarante acreditava que seria assaltado, pois Durval estava mexendo em algo na região da cintura, o que acreditava ser uma arma de fogo", diz o termo policial. Ele resolveu "antecipar-se" para não ser vitimado. O militar disse ainda que o carro tem películas escuras na janela e além disso chovia e, por isso, "não conseguiu ver com precisão o que Durval estava segurando".>
Para Luziane Teófilo, mulher de Durval, está claro que se trata de um caso de racismo. Ela escutou os tiros de casa. “A minha filha, que tem 6 anos, estava esperando por ele. Imediatamente ela olhou pela janela e disse que era o pai dela”, contou ao G1. “Vendo as câmeras, ouvindo a fala do delegado e pelo que os vizinhos estão falando, tenho certeza de que isso aconteceu porque ele é preto. Mesmo eles falando que ele era morador do condomínio, o vizinho não quis saber. Para mim, foi racismo sim”.>
Imagens registraram Um vídeo mostra o momento em que Durval é balado. Aurélio chega de carro ao portão do condomínio. Durval aparece a pé, um pouco atrás do veículo.>
De dentro do carro, Aurelio se vira e atira. Depois, ele sai do veículo e se aproxima da vítima. Durval está caído. >
Ele alegou para a polícia que o local é violento e registra muitos assaltos e, por isso, ficou nervoso ao ver Durval se aproximando. Ele socorreu o vizinho ao Hospital Estadual Alberto Torres, onde Durval morreu. Lá mesmo o sargento foi preso.>