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Tiro que matou dançarino DG foi disparado por PM, conclui polícia

Delegado vai pedir que soldado da PM responda por homicídio

  • D
  • Da Redação

Publicado em 3 de março de 2015 às 21:40

 - Atualizado há 2 anos

Dançarino com CaséO tiro que matou o dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, o DG, saiu da arma de um policial, segundo concluiu investigação da Polícia Civil do Rio de Janeiro. DG foi morto depois de uma madrugada de tiroteio na favela Pavão-Pavãozinho, na região de Copacabana. O rapaz trabalhou por quatro anos como dançarino do programa "Esquenta", apresentado por Regina Casé.

O delegado Gilberto Ribeiro concluiu os trabalhos sobre o caso nesta terça-feira (3), segundo o Jornal Nacional. Ele vai pedir ao Ministério Público a prisão do soldado Walter Saldanha Correa Júnior por homicídio. Foi ele quem matou o dançarino, segundo a investigação. Outros seis PMs vão responder por falso testemunha e prevaricação. Dois policiais investigados foram inocentados.

O tiro atingiu as costas de DG - o projétil entrou de baixo para cima e destruiu parte do pulmão do dançarino, saindo acima do braço direito, próximo ao ombro. Ele morreu por conta de uma hemorragia interna decorrente da laceração pulmonar causada pela bala.

DepoimentoEm seu depoimento o soldado Walter disse que os PMs estavam na base da UPP quando, por volta das 22h, o sargento Alessandro da Silva disse que um anônimo ligou para o Disque Denúncia afirmando que o traficante Pitbull, um dos chefes do tráfico na região, estava no teleférico da favela. O sargento queria saber quem queria ir checar a informação. Por volta da meia-noite e meia, os PMs saíram para patrulhar a comunidade e averiguar a denúncia.

Na versão dos soldados, o tiroteio com bandidos começou quando eles chegaram a uma quadra de esporte. Eram nove policiais que foram recebidos a bala. Fotos da reconstituição mostram que eles procuraram abrigo em um prédio próximo - três entraram e subiram as escadas. Outros seis ficaram na rua, em frente ao prédio, incluindo, segundo ele, o soldado Walter, que disparou o tiro que matou DG.

[[saiba_mais]]

O sargento Alessandro estava com um rádio transmissor, ouvindo a conversa dos traficantes, quando gritou "Granada, granada"! Houve um disparo que fez a luz da comunidade se apagar, segundo um dos soldados. Mais tiros foram ouvidos depois. Depois do confronto, os policiais se reuniram em frente ao prédio e voltaram à UPP.

Mas uma gravação do dia mostra o policial Walter conversando com um colega. "Pô, Valadão, eu acho que acertei aquele Ganso" - Ganso era DG. A polícia concluiu que houve troca de tiros na quadra de esportes e que o projétil que matou DG é similar ao da Polícia Militar. O dançarino tinha parte da roupa umedecida, mostrando que o corpo passou por uma caixa d'água. O tiro dado pelo soldado Walter contra DG aconteceu quando o dançarino de baixo para cima, quando ele estava dentro do prédio. Diz o laudo: "o tiro foi desfechado de baixo para cima, na direção do quarto andar, onde DG buscava se esconder sobre o beiral, de onde, ato contínuo, saltou para o topo do muro, sucumbindo no local onde foi encontrado".DG com a filha de quatro anos (Foto: Reprodução/TV Globo)Mesmo ferido, DG saltou para um muro em frente e e lá para o telhado de uma creche, onde acabou passando por duas caixas d'água. Ele cambaleou então, caiu várias vezes e acabou morrendo na creche.

Na época parentes e amigos disseram que DG tinha ido à comunidade visitar a filha, foi confundido com traficantes e fugiu para se proteger.