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Trabalhador escravizado tem corpo tatuado com as iniciais dos patrões

Aliciados através do Facebook e Instagram, eles foram resgatados

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 26 de abril de 2025 às 14:21

Tatuagem trazia iniciais dos patrôes
Tatuagem trazia iniciais dos patrôes Crédito: Reprodução

Dois trabalhadores foram resgatados em condições análogas à escravidão em Planura (MG), após serem recrutados através do Facebook e Instagram. A operação, realizada entre 8 e 15 de abril por auditores fiscais, procuradores do MPT e Polícia Federal, revelou um caso marcado por tortura, violência sexual e psicológica. As informações foram divulgadas pelo Uol. 

Um dos resgatados, um homem homossexual explorado por quase nove anos, tinha o corpo tatuado com as iniciais "A.J" - supostamente referentes a dois de seus três patrões. ""A tatuagem também representa um perverso indicador da submissão à escravidão a que ele estava submetido, pois funcionava como sinal de posse, de controle sobre o corpo da vítima. A imposição da tatuagem, feita com o intuito simbólico de marcar a vítima como subordinada, reforça a condição de completa sujeição aos empregadores", aponta o relatório. O trabalhador sofria abusos sistemáticos, incluindo gravações de violência sexual usadas como chantagem.

A outra vítima, uma mulher trans uruguaia, foi enganada com promessas de emprego. Recebia cerca de R$ 100 mensais após descontos abusivos por moradia e alimentação. Em depoimento, relatou viver sob constante medo, testemunhando as agressões sofridas pelo colega, referido pelos patrões como "o escravo da casa".

Os três empregadores, integrantes de um núcleo familiar poliafetivo, foram presos em flagrante pela Polícia Federal. A investigação começou após denúncia ao Disque 100 em janeiro. Durante a operação, foi encontrada também uma adolescente de 12 anos em situação de trabalho infantil na escola dos acusados.

As vítimas receberam atendimento médico e psicológico através da Unipac e UFU. O MPT calcula que os empregadores devem mais de R$ 234 mil em verbas trabalhistas não pagas. O caso está sendo processado sob o artigo 149 do Código Penal, que define trabalho análogo à escravidão por quatro elementos: trabalho forçado, servidão por dívida, condições degradantes ou jornada exaustiva.