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Perla Ribeiro
Agência Einstein
Publicado em 1 de julho de 2025 às 09:57
A flora vaginal é formada por milhões de micro-organismos que vivem em equilíbrio para defender a vagina, a vulva e órgãos como o útero, as trompas e até a bexiga. Esse delicado sistema de proteção natural impede a proliferação de agentes infecciosos nessas áreas. A principal arma dessas “tropas” microscópicas é a acidez: um ambiente vaginal com pH ácido dificulta a sobrevivência de invasores indesejados. >
Quem mantém esse meio ácido são os bacilos de Döderlein — bactérias benéficas que vivem nas paredes vaginais e transformam a glicose em ácido lático, mantendo o equilíbrio necessário à saúde íntima. Esse sistema, no entanto, é sensível a diversos fatores. Alterações hormonais do ciclo menstrual, uso de antibióticos ou anticoncepcionais, relações sexuais e até a gravidez podem desestabilizar a flora vaginal. >
“Uma flora vaginal normal tem vários tipos de micro-organismos, entre eles bactérias e fungos, que costumam viver em harmonia, garantindo sua saúde”, explica a ginecologista e obstetra Renata Lamego, do Hospital Israelita Albert Einstein. Em geral, o próprio corpo se encarrega de restaurar esse equilíbrio. Mas quando há doenças que afetam a imunidade — como lúpus, diabetes e insuficiência renal — essa autorregulação pode falhar, resultando em um quadro chamado disbiose.>
Quando o desequilíbrio traz problemas>
A disbiose vaginal abre caminho para sintomas incômodos e, em casos mais graves, pode comprometer a fertilidade e até provocar aborto. Ardência, coceira e alteração no odor são alguns sinais de alerta. Outro indicativo importante é a mudança no padrão da secreção vaginal, que deve ser clara. >
“Se houver mudanças na coloração, que pode ficar acinzentada ou esverdeada, por exemplo; no cheiro, que tende a ficar desagradável; e na consistência, que pode ficar mais bolhosa; são sinais de corrimento e é importante marcar uma consulta com um médico para que ele avalie o quadro”, alerta o ginecologista e obstetra Luiz Brito, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no interior de São Paulo. >
Cuidar da flora vaginal é cuidar de um sistema essencial para a saúde feminina. Por isso, conhecer os sinais de desequilíbrio e ter hábitos saudáveis é o caminho para evitar infecções e garantir o bem-estar em todas as fases da vida. >
Confira algumas dicas práticas:>