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Empresários tentaram comprar a casinha: ele não vende nem por milhões

Enquanto arranha-céus de luxo tomam o bairro, ele mantém uma casa térrea—e uma batalha judicial contra o governo e empresas

  • Foto do(a) author(a) Agência Correio
  • Agência Correio

Publicado em 1 de julho de 2025 às 13:30

Orlando Capote vive em uma das áreas mais caras de Miami
Orlando Capote vive em uma das áreas mais caras de Miami Crédito: Imagem gerada por IA

Orlando Capote vive em uma das áreas mais caras de Miami, mas sua casa é a única que não foi vendida a incorporadoras. Sua resistência dura quase 20 anos.A família Capote adquiriu o imóvel nos anos 1980 por um preço modesto. Hoje, o terreno vale milhões, mas Orlando não quer o dinheiro.

Enquanto vizinhos venderam seus terrenos, ele mantém a casa onde viveu com os pais. "Não troco memórias por dinheiro", diz. A propriedade, outrora em uma rua tranquila de Coral Gables, agora se ergue isolada no meio do The Plaza, um colossal empreendimento de 600 milhões de dólares. 

A familia Capote mudou para o sudoeste de Miami em 1989, buscando a concretização do sonho da casa própria. "Quando chegamos no país em 1969, o aluguel era de US$ 150 (...) ou US$ 200 (...) por mês, mas subia constantemente. E meu pai sempre quis ter uma casa. É o sonho americano e você trabalha para realizar esse sonho" relembra ele ao portal BBC News.

Orlando Capote vive em área cara de Miami por Reprodução

A recusa irredutível do proprietário

Em 2004, o terreno da família Capote se tornou alvo de aquisições de grandes incorporadoras. Apesar das ofertas, Orlando e sua família recusaram-se a vender. Ele explica sua postura: "prefiro fazer um acordo com o diabo do que com um incorporador imobiliário, porque o diabo vai honrar seu contrato e sobre o incorporador nunca se sabe”.

Em 2014, a casa de Capote era a única restante no quarteirão, resistindo ao avanço das demolições e da crise financeira de 2008. 

 Em novembro de 2019, sua mãe caiu na cozinha e precisou ir para o hospital. A equipe de resgate não conseguiu acesso a casa devido a uma das construções ao redor do imóvel, precisando estacionar a 60 metros e carregar sua mãe em uma maca até a esquina.

Lucía Capote nunca mais retornou para casa. "Ela não podia voltar", lamenta o filho. Ele denunciou a violação do direito de acesso a serviços de emergência e o desrespeito a regulamentos de incêndio, porém, seus argumentos foram rejeitados pelas autoridades de Coral Gables.

A batalha contínua por seus direitos

Apesar das adversidades, a determinação de Capote se fortaleceu, ele afirma não ter perdido a fé em um "país de leis". Hoje, a casa sofre com a ausência de luz solar direta, recebendo-a apenas ao meio-dia, devido aos prédios gigantes ao redor. Além de enfrentar problemas com a coleta de lixo.

Ele assegura que sua residência nunca estará a venda, enquanto continuar pagando seus impostos e cumprindo as leis a propriedade continuará sendo sua e ninguém poderá tirá-la dele. 

"Me deixem na minha casa, com as minhas lembranças e com a mangueira que não dá mais manga."