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Carol Neves
Publicado em 16 de julho de 2025 às 09:59
O vereador Zezinho Sabará (PSD), de Curitiba (PR), quer incluir a Bíblia como material paradidático obrigatório em disciplinas como História, Literatura, Filosofia, Artes e Ensino Religioso nas escolas públicas e privadas da cidade. A proposta foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça e agora segue para avaliação em outras duas comissões.>
Segundo reportagem do portal Terra, a vereadora Professora Ângela (PSOL), Comissão de Educação, Turismo, Cultura, Esporte e Lazer, criticou o projeto, afirmando que “é um absurdo” e prometendo “travar uma dura batalha para que não tenha êxito”. Ela alertou que a proposta pode abrir “um perigoso precedente de doutrinação ideológica sob o pretexto de enriquecer o processo de aprendizagem com enfoque cultural, literário e filosófico”.>
Também na Comissão de Serviço Público, a vereadora Vanda de Assis (PT) manifestou preocupação. Segundo ela, “não há neutralidade quando se decide usar exclusivamente um livro sagrado, ignorando a pluralidade de crenças e visões de mundo presentes em nossa sociedade”.>
A proposta de Sabará enfrenta críticas sobre o princípio de laicidade do Estado. Professora Ângela ressaltou que “nenhuma fé deve guiar o ensino nas escolas”.>
Quem é Sabará>
Zezinho Sabará, cujo nome de registro é José Ortiz Lins, está em seu terceiro mandato e é conhecido na região da Cidade Industrial de Curitiba, onde vive há mais de três décadas. Antes de vereador, atuou como agricultor, metalúrgico, comerciante, líder comunitário, dirigente de igreja, além de editar jornais de bairro e apresentar programas de rádio. Ele se declara de direita e representa uma das áreas mais vulneráveis da cidade, com aproximadamente 10 mil moradores em sua base eleitoral, de acordo com dados do IBGE de 2022.>
O vereador não comentou as críticas.>