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Larissa Almeida
Publicado em 3 de março de 2025 às 07:22
Com palcos montados em locais emblemáticos de Salvador, como a Praça Municipal, o Carnaval do Pelourinho tem atraído públicos de todas as idades. Neste ano, o bairro do Centro Histórico também tem conquistado foliões fiéis, que estão abrindo mão dos circuitos tradicionais da folia, como a Barra/Ondina e o Centro, em prol de uma festa com menos agito – mas com alegria igual.>
À primeira vista, não há diferença entre o público que frequenta o Pelourinho e o público que frequenta os outros circuitos. Em contrapartida, basta circular pelas ruas principais do bairro para identificar inúmeras crianças e idosos, assim como o uso de fantasia como regra, com raras exceções de vestimentas fora do clima carnavalesco. >
"É um Carnaval à moda antiga, que tem um balanço gostoso, nada de muita agitação. Ainda assim, não deixa de ser fervente. Mexe com o coração da gente. Eu amo o Pelô, aqui eu me sinto dentro das minhas origens. Sou muito feliz quando venho para cá", afirma a aposentada Lurdes Maria Serafim, de 66 anos, que é foliã fiel do Circuito Batatinha.>
A definição de um Carnaval à moda antiga, utilizada por Lurdes, é compartilhada por outros foliões. Na perspectiva de Adilson Gonzaga, 67, o Pelourinho consegue manter a essência histórica da cidade, mesmo na folia. "Parece um Carnaval particular. Aqui prevalece o axé das antigas e artistas como Gerônimo, que todo ano canta aqui. Eu e minha esposa sempre assistimos aos shows", conta.>
A esposa em questão é Sirlei Honorata, 62, que não vai a nenhum outro circuito além do Batatinha. "Não troco por nenhum, nem mesmo os carnavais de outros estados. Amo o Rio de Janeiro, mas não vou para morar e nem fico em época de festa. Aqui tem atrações mais tradicionais, como Margareth Menezes, que faz a gente relembrar os antigos carnavais", diz.>
Neste domingo (2), a cantora e ministra da Cultura Margareth Menezes se apresentou no Pelourinho pela ocasião especial da transmissão do Oscar. Ela entrou no palco logo após o fim da premiação, que coroou, pela primeira vez na história, um filme brasileiro em uma das categorias. 'Ainda Estou Aqui', longa dirigido por Walter Salles, ganhou o Oscar de Melhor Filme Internacional. >
Por conta da premiação, o Pelourinho estava ainda mais cheio, o que foi visto com bons olhos pelo dançarino Henrique Moreira, de 18 anos. "Eu curto há sete anos o Carnaval e gosto daqui justamente porque já é um local conhecido por todos e um ponto turístico. Então, todos aqui se sentem à vontade. Em cada palco, tem um artista para as pessoas se identificarem. É uma festa para todos", finaliza.>
O projeto Correio Folia é uma realização do jornal Correio com apoio institucional da Prefeitura Municipal de Salvador.>