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Armando Avena
Publicado em 18 de maio de 2018 às 05:00
- Atualizado há um ano
A forte valorização do dólar, que esta semana chegou a atingir R$ 3,70 no mercado comercial e R$ 4 no mercado de turismo, um aumento de mais de 15% em relação a janeiro, vai afetar o país, mas vai afetar muito mais o bolso do leitor. A instabilidade na cotação da moeda americana é um movimento mundial, por conta da possibilidade de aumento dos juros nos EUA, mas também porque, tradicionalmente, no Brasil, o dólar dispara em ano de eleição, ainda mais em uma eleição na qual a previsibilidade quanto ao nome do novo presidente é zero. O Brasil pode tranquilamente aguentar o tranco do dólar alto, afinal tem quase 400 bilhões de dólares em reservas, um dívida externa pequena e saldo comercial positivo com o exterior.
Algumas empresas podem sofrer mais, porque se endividaram em dólar, mas a maioria delas fez seguro para se proteger. Outras vão ter de pagar mais por insumos importados, mas esse custo vai ser repassado ao consumidor que, em última instância, é quem vai pagar a conta da valorização da moeda americana. A alta do dólar vai resultar em aumentos no preço da gasolina, dos alimentos, especialmente o pão, dos eletroeletrônicos e de outros produtos e terá impacto generalizado no transporte de cargas e no transporte urbano e intermunicipal por conta do aumento no diesel. E esses aumentos vão se espraiar por toda a economia. Estima-se que a alta do dólar gere um aumento de, no mínimo, 0,5% na inflação deste ano.
A classe média que anda viajando pelo mundo também será afetada, afinal, ninguém vai se estimular a viajar para o exterior com o dólar valendo quatro vezes mais que o real. A macroeconomia não vai ser muito atingida, pois a inflação está tão baixa que meio ponto percentual não assusta, além disso, alguns setores se beneficiam, como os exportadores, o turismo interno e outros. Talvez o mais grave seja o impacto psicológico, já que a instabilidade no câmbio gera incerteza e adia planos de consumo e investimento, freando a economia que já anda com o freio de mão puxado. No mais é esperar a instabilidade passar após as eleições. Mas aí vai depender de quem vai ganhar as eleições.
Obras no aeroporto As obras do Aeroporto de Salvador foram iniciadas em abril passado e devem estar concluídas em outubro de 2019. Mas a reforma anunciada tem pontos que precisam ser checados. A Vinci Aiports anunciou, por exemplo, que vai construir e equipar seis novas pontes de embarque para os aviões, conhecidas como fingers, mas, segundo o contrato, deveriam ser oito novos fingers para assim cumprir a meta de 19 pontes de embarque em novembro de 2019.
O estacionamento teria de ser ampliado para viabilizar pelo menos 1.630 vagas, o que não foi anunciado. E a ampliação do terminal em 20 mil metros quadrados não viabiliza a capacidade de processar simultaneamente 1.770 passageiros em embarque doméstico e 1.830 em desembarque, como previsto. E ainda tem a questão da criação de uma segunda pista de pouso.
O futuro de Wagner Com o fim do foro privilegiado, não há mais parâmetro jurídico a condicionar para qual cargo o ex-governador Jaques Wagner vai se candidatar em 2018. A decisão dele será unicamente política. Assim, Wagner pode ser o candidato a presidente, ungido por Lula, e disputar uma eleição dificílima que pode lhe deixar sem mandato em 2019, mas que terá o condão de fazê-lo conhecido em todo o país, tornando-o uma liderança nacional do PT, pronta para novos voos.
Wagner pode também sair candidato a senador pela Bahia e fortalecer a chapa do governador Rui Costa; ou sair candidato a deputado federal, até porque, com a saída do prefeito ACM Neto, a disputa ficou menos acirrada. Duas dessas alternativas abririam vaga na chapa do governador Rui Costa.
Shoppings na Bahia Com a inauguração no mês de abril do Bulevard Shopping, em Vitória da Conquista, a Bahia passou a ter 23 shoppings centers, representando uma Área Bruta Locável de 556 mil m². A Bahia passa a ter 26% dos shoppings da região Nordeste e 21% da área locavél, bem acima do Ceará, que tem 18 shoppings centers, e de Pernambuco, com 15. Mas a capital dos shoppings centers no Nordeste é Fortaleza, com 14 estabelecimentos e 453 mil m² de área locável, vindo a seguir Salvador com 11 shoppings e 380 mil m² de área. Os dados são da Abrasce – Associação Brasileira de Shopping Centers.
O metrô, o BRT e o povo de Salvador Salvador é uma cidade pobre, onde milhares de pessoas vivem com meio salário mínimo por mês e cerca de 300 mil pessoas vivem em extrema pobreza, ganhando menos de 2 dólares por dia. E uma das formas de melhorar a qualidade de vida dessas pessoas é investir em mobilidade urbana.
Por isso, mesmo não gostando da arquitetura antediluviana do metrô, que suprimiu do canteiro central da Av. Paralela as árvores e o paisagismo de Burle Marx, não se pode ficar contra uma obra que está melhorando a vida de 500 mil soteropolitanos. Por isso também, mesmo não gostando da retirada das árvores do canteiro central da Avenida ACM, não se pode ficar contra o BRT que ali vai ser implantado, pois trata-se de um sistema moderno que vai melhorar a vida de 350 mil soteropolitanos. Ou seja, quando se põe a qualidade de vida de milhares de pessoas na balança, não há o que discutir.
Aliás, a polêmica entre defensores das árvores e do BRT me fez lembrar a reclamação dos italianos empobrecidos, quando Napoleão invadiu a Itália para implantar os ideais da Revolução Francesa: “É, Liberté, Egalité, Fraternité… eles de carruagem e nós a pé!”.
O palanque de Ciro Ciro Gomes, candidato do PDT à Presidência da República, disse recentemente que apoia a reeleição do governador Rui Costa, mas não definiu como será sua campanha na Bahia, o 4º maior colégio eleitoral do país, sem que tenha um palanque oficial. A hipótese do governador Rui Costa trazer Ciro para seu palanque no primeiro turno, com seu partido tendo candidato, parece pouco provável, afinal, isso deixaria o eleitor desorientado e a presidente do PT, Gleisi Hoffman, de cabelo em pé.
Uma tentativa de amenizar o problema seria o PDT ter um candidato próprio ao Senado e assim montar seu próprio palanque, hipótese que estaria sendo defendida pelo presidente do PDT, Carlos Lupi. Uma hipótese pouco provável, pois envolveria dois partidos com candidatos à Presidência, seria o PDT compor a chapa do governador Rui Costa, que parece definida, mas nem tanto.
O presidente da Assembleia Legislativa, Ângelo Coronel, e o vice-governador, João Leão, já têm lugar garantido, mas na chapa tem um coringa, que pode dar lugar a outro candidato. O coringa é Jaques Wagner que pode tentar outros voos e abrir a vaga para o Senado. De todo modo, ainda será necessário saber se o “affair” entre Ciro e o PT da Bahia vai dar em casamento ou é apenas uma amizade colorida.