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Publicado em 5 de março de 2024 às 05:00
O Sistema Único de Saúde (SUS) atende cerca de 190 milhões de pessoas, 80% das quais dependem exclusivamente dos serviços públicos, segundo o Ministério da Saúde. Os recursos, como se sabe, são limitados. Além disso, em um país com as dimensões do Brasil, as barreiras geográficas e disparidades socioeconômicas se refletem no acesso à saúde – uma área em que os desafios só crescem com o envelhecimento da população e o aumento das doenças crônicas, como o câncer, a ameaça de novas epidemias e os impactos das mudanças climáticas.
O modelo SUS é um exemplo para o mundo, mas movimentar essa máquina e cumprir o objetivo de acesso universal à saúde previsto na nossa Constituição é um trabalho hercúleo. O setor público pode encontrar a força necessária para isso nas alianças com o setor privado.
O que organizações privadas podem oferecer? Podem contribuir com a sua expertise nas mais diversas áreas – como assistencial, gestão, capacitação, pesquisa e uso de tecnologias, investindo continuamente em todas essas dimensões. Além disso, na busca por aumento da eficiência operacional e da produtividade, perseguição de metas de qualidade e segurança assistencial, no corte de desperdícios e na agilidade que nem sempre é viável nas engrenagens públicas. São todos atributos que, por meio de parcerias, podem fazer muito bem para a saúde pública, não apenas ajudando a ampliar o acesso, mas também elevando a régua da qualidade. E o próprio privado se beneficia. Além de escalar seus serviços, aprende muito ao lidar com outros perfis de pacientes ou a gerenciar uma unidade pública onde o orçamento é mais restrito. São aprendizados que reaplicam em suas próprias atividades.
O Einstein está há mais de 20 anos no SUS. Atualmente, administra 31 unidades públicas, incluindo três hospitais. E agora serão quatro, pois o Hospital Ortopédico do Estado, em Salvador, que abriu suas portas ontem, passa a fazer parte desse universo, como fruto de uma parceria com o Governo do Estado da Bahia. Espera-se que a unidade, que atenderá exclusivamente pacientes do SUS, seja uma das maiores do Brasil especializadas em ortopedia e traumatologia.
O Einstein está comprometido em contribuir com o atendimento de uma especialidade, que, hoje, representa a maior demanda por atendimento no estado da Bahia. Cada local tem suas necessidades específicas, e cabe ao poder público e às organizações de saúde se unirem para atendê-las da melhor forma possível. Multiplicar essas colaborações é potencializar benefícios para todos: os sistemas público e privado e, sobretudo, para a população, com ampliação de acesso e bons serviços à disposição.
Sidney Klajner é presidente do Einstein