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Da Redação
Publicado em 18 de abril de 2024 às 08:12
A política para as artes não é festa nem é entretenimento. A política para as artes é a comida na mesa dos artistas e de todos os outros profissionais dessa cadeia produtiva. É o espetáculo pronto, sem dívidas. >
Eu sei, eu sei. Há tempos que fazem essa confusão porque a gente gosta de - e sabe fazer - festa. A gente trabalha muito para que o verão do Brasil inteiro seja inesquecível. E consegue fazer isso.>
Por aqui, os artistas baianos lutaram muito para conseguir ferramentas e instrumentos da política, já que nem sempre têm patrocínio. As marcas também gostam de festa, de aparecer associadas à alegria. Senhoras e senhores, marketing é isso! >
'Ah, mas não pode gostar de festa?', você pode estar se perguntando. Pode e deve! Mas há de se ter o que festejar. >
A arte serve também para incomodar porque mexe com a gente lá dentro. Nos emociona demais e a prova disso são os remakes das novelas (Dona Globo, capriche aiii!).>
Aos artistas dessa minha terra de nascença, eu desejo o mundo. Desejo o recurso na conta digital e desejo circulação para que as produções se mantenham vivas. O sangue dos artistas precisa circular, precisa sair por aí.>
Desejo também uma casa para os artistas. Seja base para os grupos, sejam residências artísticas em outras cidades, estados ou países. Desejo variedade de linguagens e de plateias e de teatros, de circos, de escolas. Múltiplas como são os nossos territórios de identidade.>
Desejo que alguém lá na Alemanha, numa cidade chamada Gelsenkirchen, se emocione enquanto Margareth Menezes - essa mesma, a ministra, a nossa ministra - canta Alegria da Cidade. O alemão chorava, mesmo sem entender uma palavra. Sim, é verdade esse bilhete.>
Desejo um ônibus plotado com a cara de cada artista sorrindo pela estradas. Desejo que cada município desse estado receba o recurso público, seja em forma de edital vencido, workshop, oficina ou cursos. Desejo que cada real desses nossos 3% do PIB se transforme em cinco e que ser artista volte a ser um sonho bom. >
Parabéns, Funceb, pelos 50 anos. Parabéns ao 'meu pessoal' das artes que não deixa essa casa sucumbir nem por um dia sequer. >
Viva a Funceb!>
Viva os artistas baianos!>
Piti Canella é produtora cultural e trabalha com arte e música há trinta anos>