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Foz do Paraguaçu se consolida como alternativa logística em projetos para geração de energia
Donaldson Gomes
Publicado em 16 de janeiro de 2024 às 20:00
Um contrato firmado entre o Complexo Naval, Industrial e Portuário Enseada, em Maragojipe, e a Petrobras coloca o Recôncavo Baiano como uma alternativa competitiva para o transporte de componentes eólicos de grande porte destinados a parques eólicos no interior da Bahia e em outros estados do Nordeste. As duas empresas fecharam um acordo em dezembro de 2023 para a locação parcial de área do Canteiro de São Roque do Paraguaçu, que será usada para permitir a passagem das pás eólicas pela rodovia BA-514 (antiga BR-420).
Para o diretor comercial do Enseada, Carlos Alberto Tsubake, a celebração do contrato é crucial para viabilizar futuros projetos eólicos na região. “Ao nos consolidarmos como a principal rota logística para o transporte de cargas eólicas de grande porte, não apenas estamos promovendo eficiência, mas também uma significativa redução de custos e mitigação dos riscos de segurança logísticos para os clientes", destaca. "Isso desempenhará um papel fundamental no desenvolvimento da transição energética, tanto na Bahia quanto no Brasil", acredita.
Entre 2022 e 2023, o Terminal Enseada recebeu aproximadamente 40 aerogeradores completos destinados ao projeto “Tanque Novo”. A eficiência da operação ganhou destaque em março do último ano, quando a Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica) reconheceu a Enseada, empresa do Grupo Novonor, e a CGN, cliente no projeto, com um prêmio em virtude da excelência e inovação da técnica logística utilizada, que permitiu a antecipação da operação do parque em mais de 60 dias.
Segundo a Enseada, o contrato firmado com a Petrobras assegura a consolidação da rota logística e a continuidade dessas operações no terminal, contribuindo para o alcance de metas ambientais e o avanço econômico regional e nacional. A retomada deverá resultar ainda na geração de empregos para as comunidades locais e um aumento de arrecadação de impostos para as prefeituras envolvidas. “A reabertura dessa rota logística não fortalece apenas a competitividade da infraestrutura energética brasileira, mas também promove impactos positivos nos aspectos socioeconômicos da região do Recôncavo Baiano e na vida de centenas de famílias”, completa Tsubake.
Atualmente, a Bahia desempenha um papel preponderante na geração de energia eólica, contribuindo com 35% da capacidade instalada no cenário nacional, segundo dados da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico (SDE). O estado tem mais de 9,6 gigawatts (GW) contratados, o equivalente a 2 mil aerogeradores a serem instalados até o ano de 2028, de acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).