A obrigação é de todos

Neste momento crítico, é essencial que nos unamos em um esforço coletivo para combater a dengue

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  • Editorial

Publicado em 1 de março de 2024 às 05:00

A Bahia e o Brasil enfrentam um momento crítico diante da epidemia de dengue que assola nosso país. Os números alarmantes refletem uma realidade que exige a atenção e a ação de todos os setores da sociedade. Não podemos mais ignorar a gravidade da situação, especialmente quando as estatísticas revelam um cenário preocupante: sete vidas perdidas apenas no nosso estado e um aumento vertiginoso nos casos em todo o território nacional.

Segundo dados do Ministério da Saúde, a previsão é de que o Brasil registre o dobro de casos de dengue neste ano em comparação com 2023. Na Bahia, o quadro também é apreensivo, com um aumento de 100% nos casos prováveis em relação ao ano anterior. Até o dia 24 de fevereiro de 2024, foram reportados 16.771 casos prováveis, enquanto no mesmo período de 2023 foram registrados 8.408 casos.

É preciso compreender que o combate à dengue não é uma responsabilidade exclusiva do poder público. Em Salvador, cerca de 80% dos focos de reprodução do mosquito Aedes aegypti, vetor da doença, estão em residências e estabelecimentos comerciais. Isso significa que cada cidadão tem um papel fundamental na prevenção e no controle da enfermidade.

Sem mobilização e conscientização da população, vemos a proliferação do mosquito transmissor. Medidas simples, como eliminar recipientes que acumulam água parada, são eficazes para evitar a reprodução do vetor. Além disso, é essencial manter caixas d'água, piscinas e vasos de plantas devidamente tampados e realizar a limpeza regular de calhas e ralos.

A colaboração de todos os segmentos da sociedade é imprescindível para reverter esse quadro grave. É preciso que cada indivíduo assuma a responsabilidade de cuidar do seu ambiente para proteger não apenas a si mesmo, mas toda a comunidade. O Dia D de combate à dengue, marcado para este sábado (2), é uma oportunidade para fortalecermos nossos esforços na luta contra o mosquito. É necessário aproveitar essa ocasião para que os públicos específicos sejam vacinados e para mobilizar a todos a enfrentar o Aedes aegypti. Inclusive, o governo federal precisa fazer a sua parte e ampliar rapidamente o público de vacinação, que hoje é apenas de 10 e 11 anos. Pesquisa do Instituto de Pesquisa em Reputação e Imagem (Ipri) — antigo Instituto FSB — aponta que quase 90% dos brasileiros querem se vacinar contra a doença, o que demonstra a disposição das pessoas de combater a dengue.

A gravidade da situação também se reflete na capacidade de resposta dos sistemas de saúde. Com o aumento exponencial de casos, algumas regiões já enfrentam dificuldades em oferecer tratamento adequado aos pacientes internados. A escassez de soros e outros recursos médicos é uma realidade que não podemos ignorar.

Neste momento crítico, é essencial que nos unamos em um esforço coletivo para combater a dengue. Governos, instituições, empresas e cidadãos – todos têm um papel a desempenhar nessa batalha pela saúde pública. É hora de agirmos com determinação e colocar a proteção de todos em primeiro lugar. Não há dúvida de que só se vencerá essa batalha se houver a cooperação de todos.