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Governo baiano é inerte quando se trata de política de combate à seca

A seca no estado não é um fenômeno novo nem inesperado. Portanto, não se pode alegar surpresa

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  • Editorial

Publicado em 23 de maio de 2025 às 05:00

Todos os anos, a história se repete no interior da Bahia: longos períodos de estiagem assolam o estado e deixam uma trilha de perdas, angústia e desesperança. Em 2025, tudo permanece igual. Com mais de 76 municípios em situação de emergência reconhecida pelo governo federal, e cerca de 2 milhões de pessoas afetadas, é inconcebível que, diante de uma crise previsível, o Estado ainda continue sem implementar políticas públicas eficazes e permanentes.

A seca na Bahia não é um fenômeno novo nem inesperado. Trata-se de uma condição recorrente e conhecida, resultado de fatores climáticos e geográficos. Portanto, não se pode alegar surpresa. É possível sim fazer um planejamento com antecipação e vontade política.

Sem água, sem alimento para os animais e com os custos de insumos nas alturas, pequenos produtores estão sendo empurrados para o colapso econômico e social. Enquanto isso, o governo do estado permanece preso a respostas tardias e mal planejadas. A distribuição emergencial de milho pela gestão estadual chegou com atraso e cercada de polêmica. O custo da saca adquirida pelo Estado - R$ 104 - é 44% mais alto que o preço médio de mercado.

O objetivo de socorrer criadores é necessário, mas os órgãos de controle precisam ficar atentos. Situações de emergência não devem servir como brechas para má gestão ou gastos incompatíveis com a realidade. Por isso, é fundamental que o Ministério Público, os tribunais de contas e a sociedade civil estejam atentos à execução desses programas. A urgência não pode ser usada como desculpa para a falta de transparência ou para decisões precipitadas.

A Bahia tem 14,1 milhões de habitantes. Permitir que quase 2 milhões vivam sob constante ameaça por causa da seca é falhar como Estado. É falhar em planejar políticas públicas e em governar. A estiagem continuará acontecendo, mas o sofrimento humano, social e econômico dela decorrente não precisa ser inevitável. O que falta, infelizmente, é compromisso com políticas públicas que olhem além do próximo verão.