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O discurso do governo Lula é demagógico

O Brasil não precisa de um governo que repita chavões ideológicos para encobrir seus próprios equívocos

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  • Editorial

Publicado em 4 de julho de 2025 às 05:00

Na tentativa de recuperar a popularidade em queda, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem intensificado um discurso de confronto entre “pobres” e “ricos”. Trata-se de uma narrativa simplista e profundamente demagógica, que em nada contribui para o enfrentamento dos reais problemas econômicos e sociais do Brasil. Em vez de soluções concretas, o que se vê é uma tentativa de dividir o país com base em slogans ideológicos que ignoram a complexidade da situação fiscal brasileira.

A recente derrota do governo no Congresso Nacional, com a rejeição da proposta que aumentaria a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), é um exemplo claro. O Executivo sustenta que a medida serviria para taxar os “mais ricos”, quando, na realidade, o aumento do IOF penalizaria todas as faixas de renda. O imposto incide sobre as operações de crédito, como empréstimos e cartão de crédito. São utilizados, portanto, por brasileiros de todas as classes sociais - inclusive os de menor poder aquisitivo, que recorrem ao crédito para conseguir fechar as contas do mês.

O certo seria promover uma reforma tributária que aumentasse a taxação sobre a renda e reduzisse a carga sobre o consumo. No entanto, essa é uma mudança estrutural que exige tempo, articulação política e coragem - elementos que o governo Lula não têm neste momento.

Outra alternativa seria deslocar o foco da tributação para a pessoa física e reduzir, ao mesmo tempo, a carga sobre a pessoa jurídica. A tributação sobre a renda da pessoa física, especialmente dos que ganham mais, poderia ter sido implementada agora, junto com a proposta de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil - uma medida acertada, por sinal. Mas o governo, novamente, optou pelo atalho demagógico e preferiu sustentar-se num discurso político em vez de buscar alternativas responsáveis.

Agora, precisa encontrar uma forma justa de compensar a perda de arrecadação decorrente da nova faixa de isenção. Em vez de um plano consistente, o que se vê é o apelo fácil ao antagonismo social. Essa retórica, além de não resolver nada, apenas acirra ânimos e compromete o ambiente político e econômico do país.

O Brasil não precisa de um governo que repita chavões ideológicos para encobrir seus próprios equívocos. Precisa de responsabilidade fiscal, coragem para enfrentar reformas difíceis e, acima de tudo, compromisso com a verdade.