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Elton Serra
Publicado em 19 de novembro de 2017 às 06:00
- Atualizado há um ano
O Vitória tem a primeira de três finais no Campeonato Brasileiro neste domingo (18), contra o Cruzeiro, no Barradão. Se perder a partida, pode voltar à zona de rebaixamento. Caso vença, se mantém fora do Z4 e, a depender dos resultados, se distancia ainda mais dele. Nos dois cenários, o jogo contra a Ponte Preta, no próximo fim de semana, será o mais importante do rubro-negro na temporada.
A gente sabe bem que o Vitória não fez por merecer um ano vencedor. O planejamento montado lá em janeiro, com inúmeros erros, reflete no final de novembro. Contratações que não renderam tecnicamente o esperado e, por serem negócios de risco, comprometeram o orçamento do clube. Sem grana e sem crédito, passou todo o segundo turno sem reforços dentro de campo. A reação no Campeonato Brasileiro se deve muito ao fato do grupo ter superado suas deficiências. Pode não ser o suficiente.
Contra o Cruzeiro, o Vitória precisará repetir o desempenho mostrado diante do Palmeiras, três rodadas atrás. Ainda é o pior mandante da Série A, mas parece ter superado o trauma dos péssimos resultados dentro do Barradão. Estar fora da zona do rebaixamento pode contar a favor – o psicológico do grupo é algo que sempre preocupou, e qualquer fator que traga confiança pode pesar a favor do time. Vencer os cruzeirenses é questão de sobrevivência, e abrir mão de determinados conceitos pode fazer a diferença. Jogar de maneira reativa em casa, por exemplo.
A partida diante do Palmeiras mostrou que o Vitória pode ter postura de visitante em sua própria casa. Teve 36% de posse de bola no confronto, e abusou dos contra-ataques para surpreender a equipe paulista. Entendeu suas limitações e percebeu que não dá para ser propositivo sem um meio-campo capaz de trabalhar a bola com inteligência. Um time montado para ser veloz, vertical e de transições objetivas não consegue fugir das suas características.
O Vitória depende de seus três últimos jogos na Série A para definir o planejamento de 2018. Já percebeu que montar um elenco caro, com jogadores rodados, é uma receita de pouco sucesso. O rubro-negro quis impactar o mercado, mas tomou uma rasteira dele. O Corinthians, atual campeão brasileiro, mostrou que ser competitivo não é rechear o grupo de medalhões. O Leão, que prometeu voos altos a sua torcida, vai terminar o ano com um título baiano, apenas.
Sem competência para montar um time equilibrado, o Vitória tropeçou em seu novo projeto para o futebol. É claro que jogadores como Wallace, Cleiton Xavier, Dátolo e André Lima poderiam ser contratados. O mercado do futebol brasileiro oferece poucas chances para os clubes de menores orçamentos contratarem jogadores de peso. Por muitas vezes, esses atletas chegam ao clube frutos de empréstimos gratuitos. O problema é que, ao negociar respaldados em valores fora da realidade do futebol baiano, o projeto tem sua estabilidade comprometida. O financeiro sente o sangramento, e o campo arca com as consequências.
No final das contas, está nas mãos dos jogadores e da comissão técnica do Vitória a responsabilidade de evitar um vexame maior na temporada. Mudar a postura em casa e controlar a pressão psicológica são fatores fundamentais para atingir o objetivo da permanência na Série A. A partir daí, o clube vai precisar rever seus conceitos. A torcida espera que a diretoria tenha uma segunda chance, de preferência, na elite do futebol brasileiro.
*Elton Serra é jornalista e escreve aos domingos