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Cesar Romero
Publicado em 29 de janeiro de 2018 às 06:02
- Atualizado há um ano
Está em cartaz, na Galeria ACBEU, a exposição A Alma Infinita de Tudo, de Luiz Claudio Campos e José Henrique Barreto. O evento prossegue até 23 de fevereiro.
A Galeria disponibilizou pautas para exposições individuais e coletivas, nas mais diversas técnicas. As propostas foram avaliadas por uma comissão de seleção, ligadas à área cultural.
Abrindo oficialmente a pauta de 2018, a coletiva A Alma Infinita de Tudo, com dois artistas experientes e premiados conta ainda curadoria de Viga Gordilho. A produção executiva é de Claudine Toulier. Em resumo a exposição faz interlocuções entre literatura e artes visuais, também o abandono.
Os artistas trabalham, por vezes, em parceria, postulando interesses comuns, usando cada um seu repertório pessoal de ideações, somando vivências. Nesta exposição, apresentam fotografias bordadas e uma coleção de bonecas de massa, distribuídas pelos espaços das paredes e em pedestais. Assim, trazem à consideração uma mostra cuja poética, conceito e fazer artístico foram motivados pelos escritos de Cecília Meireles. A partir de palavras, foram articuladas imagens, sons e recordações. A coleção de objetos apresentada responde ao apelo das palavras, em que sentenças e os ritmos da poesia cadenciam as escolhas dos artistas.
A sonorização corresponderá ao poema Cânticos, Cecília Meireles, que será declamado repetidamente durante o período de exposição.
Vale ressaltar a relevância do projeto, dois aspectos: O foco dado à intertextualidade, em que se colocam em diálogo a literatura e as artes visuais. Este transitar entre a narrativa escrita e a expressão plástica faz com que a matéria trabalhada pelas mãos dos artistas e do tempo, dilate sua capacidade de se desdobrar em mil signos, cadenciadas por metáforas poéticas. Por outro lado, a própria poesia se faz mais matérica, como se as texturas, cores e linhas das obras pudessem retê-las na sua solidez que já foi atravessada pelo tempo. Também a presença da técnica do bordado agora muito usada no cenário da arte contemporânea, descarregado do seu compromisso utilitário, e que aqui assume um papel expressivo na composição das imagens. Esta presença de uma técnica tradicional como elemento formal de construção das obras age também como catalisador dos encontros entre o que foi, o que é e o que será.
Buscando pertinências e conhecimentos, juntos produzem no transitar de ideações, novos códigos movidos pela necessidade de materializar o mundo real e imaginário em um novo produto de poder inventivo e registrável. Um ganho para LCC e JHB e para o público, que tem como função desvendar o produto final. Imperdível.