China registra novo surto de pneumonia de causa desconhecida; veja o que se sabe até agora

Apesar de algumas semelhanças, cientistas não acreditam que doença tenha potencial de causar nova pandemia

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  • Flavio Oliveira

Publicado em 25 de novembro de 2023 às 16:00

surto pneumonia n china
surto pneumonia n china Crédito: reprodução

Um surto de pneumonia em crianças na China gerou um alerta da Organização Mundial de Saúde (OMS) na última quarta (22). Embora médicos consultados por órgãos da imprensa ocidental não vejam maiores riscos, as semelhanças com o início da pandemia de covid-19 geram, no mínimo, uma apreensão de nível planetário. Entre as similaridades estão um crescimento rápido no número de casos, e, principalmente, falta de informações claras sobre o surto por parte do governo chinês.

Os primeiros casos de covid-19 começaram pouco antes do início do inverno, na província de Wuhan. Em poucas semanas, os hospitais começaram a lotar. Os primeiros médicos que relataram a existência de um problema respiratório de causa desconhecida acabaram presos pelo governo. A china também limitava a presença e a pesquisa feitas por cientistas de outros países ligados à OMS e outras organizações médicas. Em questão de semanas, a doença se espalhou pelo país e, em seguida tomou conta do mundo naquela que é a maior pandemia dos últimos cem anos.

Ao contrário dos primeiros casos de covid, o atual surto “de uma doença semelhante à gripe” atinge basicamente crianças em idade escolar. Ao que se sabe, a doença não tem produzido quadros graves ou mortes. Mas as radiografias indicam a formação de nódulos nos pulmões e isso tem causado dúvidas no diagnóstico. A doença vem sendo percebida desde outubro, mas só chamou a atenção de fato depois que a imprensa mostrou imagens de hospitais pediátricos lotados, e o aumento de casos ter sido apontado como incomum por infectologistas no Programa de Monitoramento de Doenças Emergentes (ProMED), da Sociedade Internacional de Doenças Infecciosas.

Não há certeza do local e em que o surto se iniciou, mas ele foi observado na região norte, Pequim, capital do país, e na província de Liaoning. Os médicos da ProMED destacam que a distância entre as localidades é de quase 800 km, e que é incomum que tantas crianças, de locais tão distantes tenham a mesma doença ao mesmo tempo. O principal sintoma é febre alta, sem tosse. Em alguns casos, com já dito, são observados nódulos pulmonares.

Em resposta à OMS, em uma teleconferência na quinta (23), autoridades chinesas afirmaram não houve detecção de agentes patógenos novos ou incomuns ou de apresentações clínicas incomuns, mas apenas o aumento geral acima mencionado de doenças respiratórias devido a múltiplos agentes patogênicos conhecidos. Garantiram, ainda, que o aumento das doenças respiratórias não resultou em cargas de pacientes que excedessem as capacidades hospitalares.

Apesar da apreensão despertada pela recordação da pandemia de covid, especialistas ainda não apostam que o atual surto detectado na China tenha potencial para se espalhar pelo planeta. Majoritariamente, eles acreditam que o que a China enfrenta agora – no primeiro inverno sem as restrições impostas para combater o coronavírus – um aumento de doenças respiratórias causados por diversos agentes similar ao observados em outros países depois do fim dessas restrições.

“A China está provavelmente vivendo uma grande onda de infecções respiratórias infantis agora, uma vez que este é o primeiro inverno após o seu longo confinamento, o que deve ter reduzido drasticamente a circulação de infecções respiratórias e, portanto, diminuindo a imunidade a patógenos endêmicos (...) A menos que surjam novas evidências, não há razão para suspeitar do surgimento de um novo patógeno”, diz François Balloux, professor do Instituto de Genética da University College of London, no Reino Unido. Uma das principais suspeitas, é que o surto seja causado pela bactéria Mycoplasma pneumoniae.

Enquanto ainda aguarda novas informações, a OMS recomendou à China que siga com medidas para reduzir o risco de doenças respiratórias, entre eles: vacinação, uso máscaras conforme apropriado e lavagem regular das mãos.

Deep fake: Argentina leva a mentira como arma política a outro nível

Massa foi alvo e beneficiário Crédito: Divulgação

Aqui e ali aparecem denúncias de uso criminoso da chamada deep fake (mentira profunda em tradução livre). Duas vezes ganhador do Oscar de melhor atuação, Tom Hanks recentemente foi obrigado a vir a público denunciar que sua imagem e voz recriadas por inteligência artificial estavam sendo usadas sem sua autorização em peças de publicidade de um plano odontológico nos EUA. Seu caso não é o único. Influenciadoras gamers, por exemplo, alertaram que a tecnologia foi usada para colar seus rostos em corpos de atrizes em cenas de filmes pornográficos. Era esperado – e temido - que um dia, a deep fake chegasse ao mundo político.

E de fato chegou, como visto no segundo turno da eleição presidencial argentina. A vitoriosa campanha do extremista Javier Milei usou um vídeo mostrando o oponente Sergio Massa cheirando cocaína. A imagem, sabidamente falsa, já circulara anos atrás, e voltou a ser difundida nesses dias. Já Massa usou a tecnologia para recriar imagem e voz de Milei em um vídeo no qual falsamente elogiava Margareth Thatcher, que estava no comando do governo inglês durante a guerra das Malvinas e é uma das figuras mais rejeitadas pelos hermanos.

Ainda não é conhecido o quanto esses vídeos influenciaram o voto. Nem a quantidade de eleitores que conseguiram identificar que estavam assistindo a uma fraude. Mas é fato que as tecnologias evoluem e se aperfeiçoam. Atores e roteiristas de Hollywood fizeram uma longa greve até semanas atrás para garantir que os estúdios não vão usar inteligência artificial para escrever roteiros ou ‘ressuscitar’ estrelas do passado sem pagar cachê.

Daí vem o temor de cientistas políticos. A democracia está cercada por várias ameaças. As fakes news (notícias falsas), menos sofisticadas que as deep fakes, já têm causado estragos em todo o mundo, inclusive no Brasil, sem que o sistema jurídico consiga reagir. A regulamentação da IA é uma questão mais que urgente, com respostas exigidas tanto pelo mundo do trabalho quanto pelo da política.

Meme da semana

null Crédito: Reprodução

A reputação da Black Friday no Brasil não é das melhores. Tanto assim que a promoção é cercada de muitas denúncias e dá muito trabalho ao Procon. Mas se por um lado irrita, por outro também diverte, seja com apelidos como Black fraude, seja com memes e piadas postadas nas redes.

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