O melhor mando de campo dos últimos tempos da última semana

Linha Fina Lorem ipsum dolor sit amet consectetur adipisicing elit. Dolorum ipsa voluptatum enim voluptatem dignissimos.

Publicado em 24 de outubro de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: .

“É com satisfação que o Esporte Clube Vitória e a Itaipava Arena Fonte Nova comunicam a celebração do contrato de parceria, na data de hoje (9/9), para a realização de jogos pelos próximos três anos. O primeiro jogo já acontecerá neste sábado (14/9), às 16h30, contra o Guarani”.

“CONFIRMADO: O Leão vai jogar no Santuário até o fim do campeonato! A pedido do clube, a CBF divulgou hoje as mudanças do mando de campo para as próximas três partidas do Vitória em casa. Com isso, o rubro-negro realizará todos os confrontos restantes no Barradão”.

Da satisfação pela chegada até a exclamação em letras maiúsculas pela saída passaram-se apenas 44 dias. Foi o quanto durou, oficialmente, a mudança de campo do Vitória para a Fonte Nova. Na prática, levou menos tempo, já que a última partida do Leão na Arena foi o empate de 2x2 com o Sport, no dia 3 de outubro. Cinco dias depois, o clube preferiu enfrentar o Oeste no Barradão. O anúncio dessa mudança foi feito no dia 1º de outubro.

Ou seja, antes mesmo de enfrentar o Sport, o Vitória já havia chegado à conclusão de voltar para seu estádio – ainda que não de forma definitiva. A mudança inicial foi feita pensando na possibilidade de arrecadação maior para amenizar a crise financeira e deu de cara com a cruel realidade: não é o estádio que carrega o torcedor, é o time.

E, de maneira igualmente cruel, o time não fez a parte dele e deixou o torcedor na mão. Este, castigado desde o ano passado com resultados abaixo da média, até pagou para ver na estreia, mas a derrota para o então lanterna Guarani por 1x0 enterrou qualquer esperança. 

Os 17 mil daquele dia minguaram para 6 mil no jogo seguinte, empate em 0x0 contra o Atlético Goianiense. E ficaram na faixa de 7 mil contra o Sport, outro empate, por 2x2, com gol sofrido nos acréscimos depois de estar vencendo por 2x0. Saldo final: o Vitória não ganhou nenhum dos três jogos na Fonte Nova. E a perspectiva de ganho financeiro foi pelo ralo. Duas dessas partidas registraram renda negativa no borderô.

Em meio a esse vai-não-vai, o clube utiliza suas ferramentas de comunicação na tentativa de motivar o torcedor com o que tem. Se é pra ir para a Fonte Nova, é a casa de veraneio, a Arena das goleadas históricas por 5x1 e 7x3 no Bahia. Se é para voltar ao Barradão, é o santuário, o maior centroavante da história do Vitória.

Ambos estão corretos enquanto argumentos publicitários, porém a propaganda esbarra no óbvio: o produto oferecido não deixa perspectiva de uma evolução no campeonato que vá além de meramente escapar do rebaixamento à Série C.

Diferente do que aconteceu com o Náutico quando retornou da Arena de Pernambuco para os Aflitos, o Vitória deu mostras, nesta Série B, que o mando de campo não contribuiu para melhora significativa da equipe. Nem indo para a Fonte Nova nem voltando para o Barradão. A diretoria talvez imaginasse isso, o elenco também. Já o torcedor que se iludiu não se frustre. Afinal, a essência de torcer é sonhar, acreditar. Ainda mais nesse momento em que a realidade se apresenta dura demais. 

PS: O Vitória criou três novos planos de associação somente para se adequar à setorização da Fonte Nova. Depois reclama porque o programa não emplaca.

Herbem Gramacho é editor de Esporte.