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Bruno Wendel
Publicado em 19 de fevereiro de 2024 às 05:00
O esquema de remanejamento de tropas da Polícia Militar para atuar no Carnaval é absurdo. Enquanto 22 mil PMs fizeram a segurança dos foliões em Salvador, cidades como Feira de Santana, a segunda maior do estado, ficaram sem policiamento em alguns pontos, como a Avenida Sales Barbosa, a mais tradicional do comércio. Indignados, moradores compartilharam vídeos nas redes sociais. Em Paulo Afonso, o efetivo foi reduzido em 30%, segundo a tropa. De Itacaré, vieram 140 policiais, enquanto três viaturas fizeram a segurança da região turística, de acordo com os próprios PMs. Há anos que o efetivo da corporação não ultrapassa os 33 mil policiais – o ideal seriam 45 mil. Com um déficit de 12 mil, para garantir a segurança de mais de 14 milhões de pessoas, a conta não fecha. Ou seja, o cobertor é curto, logo é impossível cobrir um santo sem despir o outro.>
O traficante Jeferson Santos Conceição, o Gel Burro, envolvido em 10 homicídios na região de Pirajá, fugiu misteriosamente do posto policial montado no circuito do Carnaval, logo após ter sido preso enquanto curtia a festa em Ondina no domingo (11). O caso é algo que ainda não tem uma explicação. Porém, ele se entregou dias depois, poupando a força-tarefa montada às pressas pela Polícia Civil para corrigir a mancada. Embora o criminoso tenha sido preso, o assunto não está encerrado. Algumas perguntas estão sem respostas. Como ele escapou? E o principal: alguém será responsabilizado? O secretário de Segurança Pública garante que “sim”. Vamos cobrar.>
O “não é não” não funcionou no Carnaval de Salvador. Apesar da campanha contra o assédio, foram registrados dois estupros no circuito Barra-Ondina – um deles coletivo – e mais de 200 ocorrências relativas à importunação sexual (beijos forçados e toques não autorizados, por exemplo). Ainda que a SSP comemore o fato de não ter registro de mortes nos circuitos, as ocorrências mostram que a festa não é para as mulheres, infelizmente.>