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Publicado em 4 de setembro de 2025 às 05:00
Em 2025, celebramos o Jubileu de Diamante da regulamentação da profissão de Administrador no Brasil — seis décadas em que a boa gestão saiu das salas técnicas e alcançou o centro das decisões públicas e privadas. Esse percurso ajudou a modernizar instituições, aperfeiçoar serviços, qualificar investimentos e criar ambientes propícios à inovação. Não é exagero dizer: onde há desenvolvimento sustentável, há gestão competente. >
Os desafios atuais exigem um Administrador com repertório ampliado. Transição energética, transformação digital, inteligência artificial, reindustrialização, mudanças climáticas e desigualdades persistentes pedem líderes capazes de conectar dados, pessoas e propósitos. A competência técnica é condição necessária. Já o diferencial está em alinhar estratégia, ética e impacto social, a partir de decisões baseadas em evidências e responsabilidade.>
O Jubileu de Diamante não é apenas efeméride: é um chamado à ação. É hora de consolidar uma cultura de governança que una transparência, controle e foco em resultados, com métricas claras e prestação de contas. Esse compromisso vale para o setor público — onde a eficiência precisa conviver com o atendimento universal — e para o setor privado, cada vez mais demandado por práticas ESG que conciliem performance e perenidade.>
Também é papel do Administrador articular parcerias entre governo, empresas, academia e sociedade civil. São esses arranjos colaborativos que destravam projetos estruturantes, aceleram a inovação e multiplicam o valor gerado para a comunidade. Sem cooperação e visão de longo prazo, o Brasil desperdiça oportunidades.>
A tecnologia oferece meios, mas a liderança continua humana. Competências socioemocionais — escuta ativa, comunicação clara, negociação, gestão de conflitos — tornam equipes mais criativas e resilientes. Em organizações diversas e multigeracionais, essas habilidades são tão estratégicas quanto finanças, operações e marketing.>
Educação continuada fecha o ciclo. Em uma economia em mutação, aprender sempre é o que preserva a relevância do profissional e a qualidade das decisões. Conselhos como o Conselho Regional de Administração da Bahia (CRA-BA), em sintonia com o Conselho Federal de Administração (CFA), têm o dever de fomentar fiscalização, ética e formação, defendendo a sociedade e valorizando quem vive a Administração com excelência.>
Seis décadas depois, a mensagem permanece atual: administrar é servir. Servir com competência, coragem e integridade; ouvir a realidade; priorizar o interesse público e transformar recursos escassos em resultados que importam. Que este Jubileu de Diamante marque o início de um novo ciclo de protagonismo — mais digital, mais inclusivo e mais responsável — em que a Administração siga abrindo caminhos para o futuro do Brasil. É assim que a profissão honra sua história: entregando valor público mensurável e contínuo.>
Edilson Souto Freire é vice-presidente do Conselho Regional de Administração da Bahia (CRA-BA), acadêmico da Academia Baiana de Ciência da Administração e da Academia Baiana de Educação, e ex-secretário de Estado da Administração e da Educação.>