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Publicado em 6 de maio de 2025 às 05:00
O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), também conhecido como Lúpus, é uma enfermidade autoimune crônica que pode impactar diversos órgãos e sistemas, como a pele, as articulações, os rins e o coração. Embora as causas sejam desconhecidas, o LES pode estar associado a fatores genéticos, hormonais e ambientais. A doença, que afeta milhões de indivíduos globalmente, é marcada por fases de crise e remissão e os sintomas podem variar constantemente, o que dificulta um diagnóstico precoce. >
Nos últimos anos, observamos uma espécie de popularização global dessa condição. Celebridades diagnosticadas com o LES, a exemplo de Selena Gomez e Astrid Fontenelle, desempenharam um papel crucial nessa amplificação ao compartilharem seus diagnósticos com o público em plataformas de mídia social. No entanto, apesar dos inúmeros progressos, o Lúpus continua cercado de desafios, desde o diagnóstico até o acesso a tratamentos adequados. >
A Lupus Foundation of America indica que cerca de cinco milhões de pessoas são diagnosticadas com a doença em todo o mundo. No Brasil, a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) estima que cerca de 150 mil a 300 mil brasileiros convivem com o Lúpus. Embora possa afetar indivíduos de todas as idades e etnias, a condição é mais comum em mulheres, geralmente na faixa etária de 20 a 45 anos. >
Ainda em território nacional, temos vivido em uma realidade preocupante. Em 2024, com base em dados do Sistema Único de Saúde (SUS), pesquisadores analisaram o cenário e concluíram que pacientes diagnosticados com LES apresentaram maior mortalidade em comparação à população geral. A pesquisa, divulgada no site da National Library Of Medicine, analisou a situação da saúde da população brasileira de 2000 a 2019, evidenciando que o número de mortes praticamente não variou durante todo o período estudado. >
Ademais, muitos pacientes enfrentam desafios como o acesso a tratamentos de alto custo, a falta de especialistas em regiões mais afastadas e o preconceito relacionado a uma doença que, apesar de mais conhecida, ainda é pouco compreendida pela sociedade. Para mudar essa realidade, é importante buscarmos promover ações que gerem visibilidade para o Lúpus, a exemplo de tratamentos mais acessíveis e campanhas de conscientização. >
Um exemplo notável de sensibilização é a campanha Maio Roxo, que se apresenta como uma chance de ampliar as informações acerca do Lúpus. Com a iniciativa, podemos fornecer à população um entendimento dos sintomas e esclarecer o efeito na qualidade de vida das pessoas diagnosticadas. Assim, quanto mais acesso à informação, mais assertivos seremos no tratamento dessa condição que impacta diariamente a população global. >
Emanuella Pimenta é médica reumatologista da Clínica Ceder>