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Antônio Meira Jr.
Publicado em 16 de julho de 2025 às 06:00
Aos poucos, a Renault começa a se reposicionar no mercado brasileiro. Ao invés de trabalhar como uma produtora de modelos criados pela Dacia, como aconteceu com Sandero e Duster, a filial nacional está investindo em veículos com identidade própria - assim como em seu início por aqui, com o Scénic.>
Depois do bem-resolvido Kardian, lançado no primeiro semestre do ano passado, em outubro o fabricante francês lançará no país o Boreal. A planta de São José dos Pinhais, no Paraná, será a primeira a produzir o SUV, que concorrerá na disputada categoria dominada pelo Jeep Compass e Toyota Corolla Cross. >
Do Paraná, será exportado para 16 mercados da América Latina, e, posteriormente, o novo Renault será feito também na Turquia. No total, a Renault afirma que o Boreal será comercializado em 70 países. Ele é um dos oito veículos que serão lançados até 2027, até agora foram mostrados três (Kardian, Duster e Grand Koleos), em mercados internacionais - fora da Europa. O aporte para esses projetos é de 3 bilhões de euros.>
Conheci o Boreal e o veículo me impressionou em diversos aspectos. É um dos produtos mais tecnológicos produzidos no país. Montado sobre a plataforma RGMP, o SUV é impulsionado pelo motor 1.3 litro turboflex. Associado a uma transmissão automática de dupla embreagem, o motor entrega 156 cv de potência com gasolina e 163 cv com etanol. Com qualquer mistura, o torque é de 27,5 kgfm.>
Renault Boreal
Esse conjunto, oferecido atualmente no Duster, promete impulsionar bem o novo SUV, que tem 4,56 m de comprimento, 1,84 m de largura e 1,65 m de altura. O veículo tem volumes equilibrados, com um entre eixos mais longo (2,70 m) o que favorece o espaço do banco traseiro. Na versão apresentada havia teto solar panorâmico e saídas de ar para quem viaja atrás. O bagageiro é amplo, com capacidade para 522 litros.>
Os bancos dianteiros possuem ajustes elétricos, com opção de massagem para o motorista, e o sistema de som é de alta-fidelidade - fornecido pela Harman Kardon. A empresa também incluiu diversos equipamentos de auxílio à condução, desde monitoramento do ponto cego até alerta de colisão. Para facilitar as manobras, quatro câmeras projetam uma visão de 360 graus na central multimídia.>
OS RIVAIS DO BOREAL>
Entre janeiro e junho, o Corolla Cross foi o modelo mais vendido do segmento. Foram 30.090 emplacamentos, vantagem de quase 10% para o Compass (27.531). O representante da Toyota é oferecido em cinco versões e duas opções de motor, que custam entre R$ 170.690 (XR) e R$ 219.890 (XRX Hybrid). O Jeep conta com seis versões que começam em (R$ 189.990) e R$ 296.490 (Blackhawk). >
A Renault precisa acertar no posicionamento de preço do veículo, entendendo que ele será um desafiante para esses líderes, apesar do seu ótimo conteúdo. Além disso, é necessário entender a agressividade comercial de marcas que trazem produtos fabricados na China.>
O Compass conta com cinco anos de garantia e o Corolla Cross pode chegar a dez anos. Ou seja, um dos desafios da Renault é oferecer pelos menos cinco anos para o novo produto.>
Um ponto em comum em ambos é a conectividade, que está disponível também no novo modelo francês. O sistema de carro conectado permite que o usuário, por meio de um aplicativo para smartphone, possa refrigerar a cabine ou destravar o carro remotamente, por exemplo. Além disso, o sistema da Google está incorporado ao Boreal.>
*O JORNALISTA VIAJOU A CONVITE DA RENAULT>