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Miro Palma
Publicado em 26 de outubro de 2015 às 05:27
- Atualizado há um ano
Se você gosta de um bom jogo de futebol, assista a uma partida do Corinthians. Apesar do clube paulista não ser tão querido por torcedores de outros clubes (não me perguntem o motivo), é um dever de quem é fanático pelo mundo da bola apreciar os comandados do técnico Tite no Campeonato Brasileiro. Em 32 rodadas até o momento, o alvinegro já alcançou a ótima marca de 70 pontos conquistados, com 21 vitórias, sete empates e apenas quatro derrotas. Em busca do hexacampeonato nacional, o clube ainda tem o melhor ataque e a defesa mais eficiente da competição: 58 gols marcados e 25 sofridos.Por tudo o que apresentou até hoje, o Corinthians merece ser campeão, principalmente devido ao trabalho desenvolvido pelo estudioso Tite, cada vez mais profissional e dedicado à beira das quatro linhas. Quem não se lembra, por exemplo, do primeiro semestre marcado por insucessos, com eliminações frustrantes diante do rival Palmeiras, no Campeonato Paulista, e do Guaraní do Paraguai, na Copa Libertadores da América. De quebra, o treinador perdeu nomes importantes no elenco, como os atacantes Emerson Sheik e Paolo Guerrero, jogadores identificados com a torcida e de história vencedora no clube. Mesmo assim, Tite aceitou o desafio de reformular o time mesmo com o Brasileirão em andamento. Acreditou em Vagner Love e fez Renato Augusto reencontrar o bom futebol, assim como o meia Jadson, artilheiro da equipe no campeonato com 12 gols. O sucesso não apareceu por acaso. Tite, enquanto esteve desempregado (por opção), aproveitou o tempo para analisar jogos e conhecer, de perto, o método dos grandes treinadores do mundo. Carlo Ancelotti, campeão mundial e da Liga dos Campeões da Europa pelo Real Madrid, é uma das principais referências desse gaúcho de 54 anos.“Ele é o modelo do profissional europeu que gosto, porque é um cara mais sóbrio. Vou pegar os três que vejo como importantes: Mourinho (Chelsea), Guardiola (Bayern de Munique) e Ancelotti. Ele é o mais sóbrio, o mais simples. Os outros são mais estrelas”, revelou Tite em entrevista ao canal SporTV. A Copa do Mundo de 2014, no Brasil, também esteve no caderninho de anotações do técnico. Ele garante ter visto e analisado todos os 64 jogos da competição e, por isso, virou admirador do esquema 4-1-4-1, bastante utilizado pela campeã Alemanha. Numa visualização simples, o volante ficaria à frente dos laterais e zagueiros, com uma linha de quatro formada por dois jogadores centralizados e outros dois abertos (um deles com mais liberdade para articular e flutuar na intermediária adversária), para depois aparecer o centroavante. Tite não compara as duas equipes por motivos óbvios, mas faz questão de aplicar exatamente o esquema utilizado por Joachim Löw. Ralf seria o Schweinsteiger, enquanto Elias e Renato Augusto fariam as funções de Khedira e Toni Kroos, respectivamente. Malcom, por sua vez, é um jogador mais agudo, exatamente como Müller gosta de atuar. Por fim, Jadson se comporta como Özil, com muita liberdade para pairar, e Vagner Love é o pivô, no melhor estilo Miroslav Klose. Guardadas as proporções, o Corinthians versão 2015 é a Alemanha modelo 2014. Daqui pra frente, iremos acompanhar muitos times e técnicos brasileiros com pensamentos e filosofias semelhantes às de Tite. Para alcançar o êxito, no entanto, é preciso, além de dedicação e estudo, muito amor pela profissão. E esse é o diferencial de Tite, como ele mesmo confessou. “Sempre que vou me deitar, levo um papel e uma caneta para deixar ao lado da cama. Se me lembro de alguma coisa, anoto para não esquecer”. Por esses motivos, ele é merecedor da taça do Brasileirão e, em um futuro não muito distante, o prêmio de comandar a nossa Seleção Brasileira. Espero que não demore muito. Miro Palma É subeditor de Esporte e escreve às segundas-feiras