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Por onde anda a sorridente e quituteira Dadá?

Ela quer transformar antigo restaurante em escola, além do retorno do Feijão VIP

  • Foto do(a) author(a) Osmar Marrom Martins
  • Osmar Marrom Martins

Publicado em 3 de maio de 2025 às 11:00

Dadá tem um restaurante no Pelourinho, mas quer transformar antigo restaurante em escola culinária
Dadá tem um restaurante no Pelourinho, mas quer transformar antigo restaurante em escola culinária Crédito: Divulgação

Durante alguns anos e não faz muito tempo, o nome da quituteira Aldaci dos Santos, ou simplesmente Dadá, era referência número 1 na culinária baiana, desde o seu começo no Alto das Pombas (Federação) com o Tempero da Dadá, passando por outros restaurantes, a exemplo do Sorriso de Dadá. Sem falar no seu Feijão VIP, que antecedia o Carnaval. Um acontecimento!. Seus pratos até hoje estão na memória afetiva de seus clientes. E foi um deles, amigo meu de longas datas que está vindo a Salvador, me ligou perguntando: “Marrom, por onde anda Dadá?”. Eu não perdi tempo e refiz a pergunta para a própria, que respondeu de imediato: “Eu estou onde tem amor”.

Em conversa com o Baú do Marrom, Dadá falou um pouco de sua história, suas viagens pelo mundo, disse qual quituteira admira em Salvador, seus eventos (que continua realizando) e ainda revelou que seu sonho é voltar com o Feijão VIP, além de transformar a casa do Alto das Pombas numa Escola de Culinária. Confira a entrevista completa:

Recentemente uns amigos de Brasília que estão vindo a Salvador me perguntaram se eu tinha notícia sua. Aí eu transfiro a pergunta para você: por onde anda Dadá?

Meu negão, tudo bem? Boa tarde, meu amor!. Onde é que a negona está? Onde tem amor. O grande amor da minha vida é nossa cidade, é nossa Bahia, né isso? Salvador, para mim, é uma grande fonte de energia, amor e gratidão. Nunca deixo de fazer viagem para todo lugar, fazer eventos, dando palestras, fazendo as coisas… Mas o meu lugar, a minha raíz, se chama Salvador, Bahia.

Teve um tempo que você chegou a ter vários restaurantes. Hoje, onde a gente pode encontrar a quituteira Dadá?

Atualmente tenho um restaurante no Pelourinho, onde continuo recebendo clientes e amigos. Meu sonho mesmo era fazer do antigo Restaurante Tempero da Dadá, no Alto das Pombas, que ficou mais conhecido como Varal da Dadá, a Escola da Dadá. É um sonho de muitos anos, né? Aquela escola [ de culinária] para poder tirar aqueles meninos [das ruas] e pegar todas as crianças para mostrar o que tem dentro de mim, entendeu? Ensinar como eu aprendi com a vida. Eles teriam a escola de uma mulher, né? Que aprendeu com a escola da rua, da vida com sofrimento e hoje eu sei que o menino de rua está na área de risco que precisa tanto de amor. Quero mostrar isso para o mundo como eu mostrei que o Alto das Pombas transformou. Todo mundo pensou que o Alto das Pombas não ia dar certo e eu fui a primeira pessoa a arriscar. Entendeu?

Você tem algum prato preferido na cozinha?

Por incrível que pareça, meu prato preferido é um prato que eu digo que é uma comida muito de raízes, entendeu? E é uma comida que mamãe fazia, vovô fazia quando a gente não tinha nada para comer. Eu e meu irmão saíamos pedindo no açougue, no dia de sábado e mamãe fazia um prato chamado ‘sobe e desce’. Era com aqueles ossos e um pedacinho de carne. Quando a gente voltava para casa, era um pedacinho de jabá, de carne de sertão. Elas juntavam aquelas verduras que tinha na roça, com quiabo, com abóbora, às vezes banana verde, caroço de jaca. Então aquele prato sobe e desce para mim era um prato perfeito e ideal até hoje. Até hoje, aos 59 anos, ele está na minha mente e eu sinto o sabor do sobe e desce e, enquanto eu faço um, sinto que é uma delícia! Nada melhor do mundo do que lembrar da nossa história.

Dentre os muitos eventos dos quais você participou mundo afora, qual o que mais lhe marcou?

Meu negão, de todos eventos que eu fiz fora do país, e foram muitos eventos, né? O que mais marcou foi a história de vida da Dadá em Londres. E um lugar que eu fiquei enlouquecida foi na Etiópia. A energia da Etiópia com mistura de religião com rituais, entendeu? É muito parecida com a nossa cidade, aquela coisa de raízes, aquela fé. Que você fica arrepiado, que você diz, ‘meu Deus é muito parecido com Salvador’, fé em Deus e nossos ancestrais. Eu juro por Deus, meu sonho é voltar à África.

Se pudesse voltar, o que você faria na África?

Voltaria de novo para trabalhar e pesquisar sobre essa história, essa coisa tão forte, toda essa energia que é como a de Salvador, nossa Bahia. Eu tenho uma mistura da África, né? Dos africanos. Essa mistura de cores, mistura da nossa comida, entendeu? Eu fiquei enlouquecida com a comida.

A Bahia é famosa por ter quituteiras de referência na culinária brasileira. Tem alguma que você admira?

Negão, uma referência que eu amo, que admiro e respeito e tem assim um tempero, uma comida boa com sabor e com uma energia muito maravilhosa é Dona Mariquita, ali no Rio Vermelho. Eu admiro os temperos dela, eu acho que a comida dela tem a cara da nossa Bahia. E a feijoada de Dona Madalena, mãe de Carlinhos Brown, para mim é perfeita.

Você tem algum projeto na mira? O que podemos esperar de Dadá?

Meu projeto ideal será voltar com o Feijão Vip, que antecede o Carnaval. Vou em busca de um patrocinador que possa viabilizar o retorno desse desejo.