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Outubro Rosé | 4 fatos sobre vinhos rosados e 4 rótulos para provar

  • Foto do(a) author(a) Paula Theotonio
  • Paula Theotonio

Publicado em 11 de outubro de 2018 às 05:01

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: .

Com a temática social do período e as altas temperaturas primaveris desde o início de Outubro, nada melhor que uma bebida rosinha, 100% “instagramável”, refrescante e que pode ser apreciada geladinha (entre 4 e 12 °C), sem culpa!

Vamos combinar: o vinho rosé tem todo um charme. Na Europa, seu consumo aumentou tanto que, na França, já se bebe mais rosados que brancos desde 2008. O mesmo tende a acontecer na Austrália na próxima década, segundo o Huffington Post.

Essa “popularização” se dá pela drinkability: são agradáveis ao paladar, têm o frescor dos brancos e, em alguns casos, um grau de complexidade que os aproxima dos tintos. São ótimos vinhos de entrada!

De maneira geral são jovens, de frescor quase “crocante” e com uma acidez tão viva que enche a boca d’água (não só por ser saboroso). Quase “nervoso”, sabe? Os de tom mais salmão chegam a ter um pouco de tanino presente. Mas os melhores não são adocicados. Eu diria que rosés suaves são “corruptelas” ou liberdade poética das vinícolas para conquistar públicos iniciantes. Mas, sendo bem sincera, você não vai encontrar nada muito bom onde tenha sido adicionado açúcar.

E embora muita gente aprecie estes rótulos, pouco se sabe sobre sua produção.

Eis algumas informações importantes:

1.      Não se faz um (bom) rosé misturando vinhos tintos e brancos (embora queiram)

Como não existem uvas rosas, há diversos caminhos para se produzir um rosé e todos envolvem o uso de frutas tintas. Um bastante comum é a prensa lenta das uvas logo após o desengace (separação do cacho). O suco dessa polpa, que já contém alguma cor, é separado das cascas e fermentado. O resultado é um vinho leve, fresco e rosa claro.

Os rosés de cor mais intensa podem ser feitos de duas maneiras: na maceração curta, esse suco segue em contato com casca da uva por algumas horas, extraindo mais pigmentação. O tempo vai depender do enólogo, mas não costuma passar de 24h. Depois disso, é fermentado a baixas temperaturas em inox.

Na sangria/saignée, o suco é deixado junto com a casca por um tempo ainda mais longo, por volta de 48h. Então uma parte desse líquido, já mais escuro escuro, é removido (sangrado) da cuba e segue para uma fermentação à parte. O resultado é uma bebida mais complexa e alcoólica.

Em busca de sabores diferenciados, há quem misture uvas brancas e tintas antes da fermentação. É um processo pouco utilizado e tem baixo prestígio, mas não quer dizer que vá dar errado. Recentemente, provei um espumante rosé natural da Facchin que usava a tinta Pinot Noir como uva principal e complementava com as brancas Riesling e Chardonnay. Delicioso!

E há também quem pegue um vinho tinto e um branco já vinificados e misture tudo, mas não é algo bem aceito na comunidade porque há pouco controle sobre a oxidação pós-engarrafamento. 2.      Não existe uma uva ideal para fazer rosé

São feitos excelentes rosés com a mais variadas uvas em diversos locais do mundo. Usam Grenache, Cinsault, Malbec, Syrah, Merlot, Pinot Noir, Cabernet Sauvignon...  Os rótulos podem ser varietais (feitos com uma fruta só) ou assemblage, com duas ou mais variedades.  Nos vinhos do Vale do São Francisco, usam Syrah ou Grenache nos espumantes. Na Argentina, há muitos vinhos elaborados a partir da Malbec. Em Portugal, vem a Touriga Nacional (típica do país). E por aí, vai.

3.      Fique de olho na safra

A proposta de 99% dos rosés é a de serem jovens, com exceção do Champagne e do Cava rosé – que passam por estágios longos em barricas de carvalho. De maneira geral, os rosados são elaborados para serem bebidos pouco tempo após o engarrafamento. Se a safra for de mais de três anos atrás, desconfie da qualidade da bebida. Aposte em safras recentes, assim como nos brancos sem estágio em barrica, porque aí você irá saborear todo o esplendor da juventude daquele vinho.

4.      Gastronomicamente falando, pode ser mais versátil que o branco e o tinto

Normalmente, são ótimos como aperitivos! Vão super bem com entradinhas e finger food. Mas não ficam na introdução, seguindo refeição adentro e acompanhando bem saladas, massas, risotos mais aromáticos, peixes e carnes. Comidas com molho de tomate mais ácido combinam muito bem com os vinhos rosados. E eu, por exemplo, já harmonizei o rosé até com ceviche, um clássico peruano super presente em casas de comida nikkei.

Conversei com dois especialistas da área e eles vão indicar os melhores rosés para você aproveitar a temporada. Confira:

Vanessa de Souza | sommelier | Juazeiro (BA)

Cabriz Colheita Selecionada Rosé - Vinho DOC (Dão) (R$ 60):

Produzido com Touriga Nacional e Alfrocheiro, duas uvas que expressam bem os vinhos do país, este rótulo traz coloração rosada bem definida, cristalina e brilhante. Aromas delicados, predominando no nariz o frescor das frutas vermelhas, como morango e cereja. Sabor frutado, acidez equilibrada que lhe confere o frescor, boa persistência e maciez em boca. Uma pedida é harmonizá-lo com aperitivos, massas e frutos do mar.

Vitória Rosé Vinho Regional Alentejano (R$ 60):

Elaborado com as castas Touriga Nacional, Aragonez e Syrah, possui coloração mais intensa - de tons rosados para salmão. Carrega aromas frutados, com notas florais elegantes. Paladar suave em boca, com acidez viva e de boa persistência. Na culinária, é um vinho expressivo que acompanha saladas frias, mariscos, pratos de peixe e sushi.

Rogério Souza | sommelier | Salvador (BA)

Paul Mas Claude Val Rosé (R$ 88):

Vinho francês da região de Languedoc, possui na sua composição as uvas Grenache (50%), Cinsault (30%) e Syrah (20%), o que lhe fornece uma delicada coloração rosada e brilhante. É um vinho orgânico e por isso não usa nenhum tipo de defensivo que possa prejudicar a produção. Alguns vinhedos se utilizam de cal virgem, enxofre, sulfato de zinco, e outros produtos naturais. O Claude Val Rosé é um vinho leve com uma acidez frutada que lembra muito frutas vermelhas maduras como cerejas, amoras e flores delicadas. Excelente vinho para se degustar na praia ou na beira da piscina, harmonizando com pratos à base de frutos do mar, peixe, abobrinha e cogumelos.

Bodegas Muñoz Artero Rosado La Mancha (R$ 85):

O Artero Rosado é um vinho espanhol da região de La Macha, onde o produtor utiliza vinhedos entre 10 e 20 anos. Possui uma cor rosa cereja e no olfato, remete a frutas frescas, como morangos e framboesas, tem muito frescor a boca e é persistente. Sendo um vinho fresco e bem equilibrado, as harmonizações de excelência ocorrem com pratos à base de frutos do mar, paella e empanadas de camarão. Servido entre 10° e 12°, é uma indicação perfeita para o nosso clima continental na beira da praia ou piscina.