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Pombo Correio
Publicado em 4 de julho de 2025 às 05:00
A cara de poucos amigos do governador Jerônimo Rodrigues (PT) chamou a atenção nas celebrações do 2 de Julho. Tanto na cerimônia de hasteamento das bandeiras quanto na saída do percurso em direção ao Terreiro de Jesus, o petista ficou com feição amarrada, talvez pelas sonoras vaias com as quais foi recebido na chegada à Lapinha - e que continuaram ao longo do cortejo. Inclusive, quem estava do lado dele durante a cerimônia ficou com a nítida impressão de que o governador Jerônimo Rodrigues não sabe a letra do Hino Nacional, uma vez que se perdeu do início ao fim.>
Meme de luxo>
A passagem do presidente Lula (PT) rendeu muitos memes. Nas redes sociais, o presidente, que outrora gozava de elevadíssima popularidade em terras baianas, viu sua campanha pela "taxação dos super ricos" virar piada. Em uma das publicações, usuários lembram que o próprio Lula foi ao STF contra uma cobrança de R$ 18 milhões em impostos que ele devia. Recordam, ainda, das viagens do presidente ao exterior, sempre com uma imensa comitiva, e da recente viagem da primeira-dama Janja em um avião da FAB para ir a uma consulta em São Paulo.>
Barrado no baile>
E por falar na passagem de Lula, o vice-governador Geraldo Júnior (MDB) foi vetado no carro do presidente durante o cortejo. Há rumores de que o veto foi feito pela primeira-dama, Janja, que desde o ano passado já não foi com a cara do emedebista.>
Birra petista>
Ainda sobre o 2 de Julho, o deputado estadual Rosemberg Pinto (PT), líder de Jerônimo na Assembleia Legislativa (Alba), protagonizou cenas lamentáveis durante a festa. Barrado pela segurança do próprio governo no cercadinho das autoridades que participavam da cerimônia de hasteamento das bandeiras, o parlamentar fez o maior escândalo e chegou a dizer que, se ele não tivesse acesso, ninguém mais iria entrar. A cena chamou a atenção e causou constrangimento até mesmo entre a cúpula governista.>
Estelionato cívico>
Petistas e radicais de esquerda do Brasil inteiro passaram a usar imagens do cortejo cívico do 2 de Julho para simular que a multidão presente nas ruas do Centro Histórico de Salvador foi um episódio espontâneo de consagração popular ao presidente Lula, que vive seus piores momentos de desaprovação. Mas quem foi à festa, ou ao menos viu o noticiário, sabe bem que o cortejo arrasta milhares de baianos e turistas, com ou sem a presença de Lula - que por sinal ouviu muitos gritos de protestos e gestos de baianos contrariados com seu terceiro governo. Usar a celebração cívica para vender adesão a Lula foi um estelionato de rede social digno de nota.>
Advogado das vaias>
O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), decidiu sair em defesa do governador Jerônimo Rodrigues em função das vaias recebidas durante o 2 de Julho. Segundo Rui, "se só quiser ser aplaudido é melhor escolher outra carreira". O problema, ministro, é que Jerônimo tem ouvido muitas vaias recentemente, vide os diversos eventos que participou pelo interior do estado durante os festejos juninos, como em Mucugê, Livramento de Nossa Senhora, Jequié, e Itabuna.>
Desconfiança>
A passagem de Lula pela Bahia, por sinal, deixou um rastro de prejuízo com declarações desastrosas, especialmente no campo da segurança pública, o que causou constrangimento na cúpula do governo de Jerônimo. Durante uma entrevista, o presidente chegou a dizer que o crime organizado cresce porque, em alguns estados, parte da polícia é conivente e ainda afirmou que, pela Constituição, a segurança é de responsabilidade dos Estado, claramente jogando a batata no colo de Jerônimo. O governador, por sua vez, frequentemente costuma dizer que a violência é um problema nacional, transferindo a responsabilidade para Lula. Não custa lembrar que a Bahia é o estado mais violento do Brasil e tem a maior concentração de facções do país. Lula não só fugiu do problema como também colocou desconfiança sobre o trabalho da polícia baiana.>
Protesto fake>
Sindicatos aliados do PT no estado faziam protestos contra a prefeitura no 2 de Julho, mas se calaram ao lado do governador Jerônimo, que, quando o assunto é valorização do servidor público, não tem moral para posar de exemplo. O governador ainda não enviou nenhuma proposta de reajuste para os trabalhadores estaduais, nem mesmo aquele mínimo de 4% para repor a inflação, como nos anos anteriores. E por outro lado convive com um Planserv - que é o principal plano de assistência médica dos servidores - em estado crítico, com um financiamento deficitário, depois que o próprio governo desidratou a contribuição que fazia para manter o plano de pé.>
Preferência junina>
Em outra ponta, o gasto parcial do governador neste São João já chegou a R$ 180 milhões - montante que praticamente equivale ao necessário para fazer o Planserv parar de agonizar. A fatura não inclui os contratos ainda não pagos, que devem inflar a conta. Pelo visto, a prioridade de Jerônimo está bem definida, e não é com o servidor público.>
Vale Tudo>
Não é de hoje que a coluna aponta a guerra fria que está em curso entre deputados e secretários do governo Jerônimo, todos de olho em 2026. Agora, quem entrou na mira foi a secretária de Desenvolvimento Urbano, Jusmari Oliveira (PSD), alvo de críticas diretas de lideranças do Subúrbio de Salvador, onde o governo planeja construir o VLT. A sigla do modal ganhou o apelido adaptado de “Vale Tudo” diante da conduta da secretária de tentar obter apoios eleitorais em meio ao andamento da obra. Antes, deputados já haviam reclamado de condicionantes políticas impostas por Jusmari, que parece pavimentar estradas não só com asfalto, mas também com interesses eleitorais.>
Meme ambulante>
O podcast do governador Jerônimo Rodrigues, chamado de PodJero, se tornou um verdadeiro fracasso de audiência, mas é, por outro lado, um sucesso de memes. Ele chegou a ser aconselhado a não iniciar o projeto, no entanto, insistiu e tem colhido frutos indigestos do produto midiático. O programa tem rendido diversos cortes nas redes sociais, como a gafe recente do governador em relação ao Parque São Cristóvão.>