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O escocês voador da Bahia, a vida de Rei do neocardeal e a parceria figurativa entre Lula e Jerônimo

Leia a coluna na íntegra

  • Foto do(a) author(a) Pombo Correio
  • Pombo Correio

Publicado em 18 de abril de 2025 às 05:00

Quem é o Jackie Stewart da Bahia que leva uma vida de ostentação?
Quem é o Jackie Stewart da Bahia que leva uma vida de ostentação? Crédito: BBC/Divulgação

Gaita de fole

Entre os anos de 1960 e 1970, o piloto de Fórmula 1 Jackie Stewart ficou mundialmente conhecido como “escocês voador” após vencer três campeonatos da categoria. Em terras baianas, um mega operador de um importante ministro baiano parece agora fazer jus à alcunha diante do seu grau de ostentação. Com um passado de calotes homéricos, o escocês voador da Bahia voa com frequência entre Salvador e Brasília com seu jato luxuoso, dando carona a muitos políticos. O jato, inclusive, é apenas mais um item da vida pomposa do operador, que esbanja também lanchas luxuosas e uma frota de Porsches que mal cabe no estacionamento do apartamento milionário no Corredor da Vitória. Dizem que os contratos voam tão alto quanto o estilo de vida do rapaz, cuja ostentação segue a melodia de uma gaita de fole.

Vida de Rei

Um novo cardeal começou a nascer na Bahia e já desperta a atenção pelo poder que tem acumulado no grupo do PT no Estado. Sem mandato, ele acumula dupla função: articulação política e arrecadação de fundos. A questão é que o neocardeal tem causado ciúme interno, porque, além de todo o poder conquistado, ainda pretende disputar um cargo eletivo no ano que vem, entrando em rota de colisão com muitos interesses no PT. A situação tem provocado muito fogo amigo e burburinhos de um imenso dossiê contra o rapaz, inclusive dentro do próprio PT, em função de sua força financeira e por sua ligação política com um dos principais caciques do partido na Bahia. Internamente, já se diz que o cardeal tem levado uma verdadeira vida de Rei.

Invertida

O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Sidônio Palmeira, refutou nesta semana uma tese defendida pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT) e afirmou que a segurança pública é uma responsabilidade dos estados. Jerônimo costuma dizer que a situação da violência é nacional, mas Sidônio não concordou. “A segurança pública é uma responsabilidade dos estados”, cravou, em entrevista ao jornal O Globo. Bom, agora é aguardar se o governador vai vir a público para rebater o ministro e aliado político como faz com os adversários.

Parceria figurativa

Deputados governistas dizem que não sabem onde enfiar a cara quando chegam em cidades do interior diante das lideranças que cobram insistentemente medidas efetivas do governo do estado no enfrentamento à pior seca dos últimos anos. Dizem que o governador não tem feito valer a sua origem interiorana que tanto proclama nos discursos, pelo contrário os produtores tiveram essa semana mais uma notícia negativa com o aumento de 25% no preço da saca do milho vendido pela Conab — de R$ 60 para R$ 75. Um parlamentar que atua na região de Irecê disse que a situação gera um sentimento de frustração em quem apostou às cegas na parceria Lula-Jerônimo. Ambos seguem inertes. A verdade é que quando a crise aperta, o discurso da parceria evapora.

Mobilização

Diante da inércia do governo em realizar ações para mitigar os efeitos da seca, parlamentares se mobilizam para tentar amenizar o sofrimento vivido por produtores e pela população especialmente da região de Irecê. Na próxima semana, a Comissão de Prevenção e Auxílio a Desastres e Calamidades Naturais, da Câmara dos Deputados, vai realizar uma audiência pública em Irecê para buscar soluções. A Comissão de Agricultura da Alba também se mobiliza e pede a instalação de um gabinete de crise em Irecê, o que inacreditavelmente ainda não aconteceu por parte do governo.

Muita conversa, pouco trabalho

Enquanto isso, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) parece mais focado em buscar o apoio de prefeitos para a sua tentativa de reeleição no ano que vem do que com o sofrimento da população. Como disse um parlamentar da própria base, é muita conversa e pouco trabalho.

Incapacidade exposta

A chegada da Força Nacional para atuar nos conflitos provocados pelas invasões de terra no Extremo Sul da Bahia expõe a incapacidade do governo Jerônimo para resolver o grave problema da escalada da violência na região. Por semanas a situação foi negligenciada pelo petista, que se mostrou incapaz de conter as invasões e garantir o cumprimento das decisões judiciais de reintegração de posse.

Estelionato em dobro

Os reflexos da parceria figurativa também afetam as contas públicas, especialmente diante do ritmo acelerado do endividamento da Bahia. Em dois anos e quatro meses da dobradinha Lula-Jerônimo, o caixa do Estado já acumula quase R$ 14 bilhões em novos empréstimos. O volume, segundo analistas, causa estranheza porque, em tese, a Bahia não precisaria mergulhar nesse nível de endividamento para tocar obras e programas que, teoricamente, deveriam contar com recursos da parceria com Brasília. Aos poucos, as pessoas vão notando que caíram num verdadeiro estelionato eleitoral.

Feriadão de horror

Quem decidiu viajar no feriadão precisa passar por uma verdadeira prova de resistência antes de finalmente aproveitar os dias de descanso. De uma lado, quem pega a estrada enfrenta pistas esburacadas e ainda paga pedágio para a ViaBahia, que segue no controle das BRs 324 e 116 por obra e graça do governo federal. Do outro, quem apontou o GPS para a ilha passa pelo suplício do ferry-boat, que pela recorrência de filas intermináveis e embarcações sucateadas dispensa apresentações. Nem mesmo a promessa de comprar dois novos ferries usados Jerônimo conseguiu cumprir. ViaBahia e ferry-boat são a síntese de como o PT chega ao 19º ano seguido no governo da Bahia. Isso sem falar na ponte Salvador-Itaparica.

Alba sem horizonte

Um novo personagem vem roubando a cena na Assembleia Legislativa da Bahia. Trata-se de um ex-prefeito do interior, recém-alçado ao cargo de diretor administrativo da Casa, que já ganhou fama pelo tratamento hostil com servidores, especialmente os da zeladoria. O cidadão, que não tem mais horizonte na política, passou a exigir que a limpeza dos banheiros fosse feita a cada 30 minutos e chegou a instalar câmeras para monitorar cada passo das equipes, promovendo um verdadeiro terror psicológico. Corre nos corredores que ele também determinou um levantamento médico para verificar a condição de saúde dos servidores, com foco em dispensar os mais antigos. Emissários já avisaram a presidente da Alba, Ivana Bastos (PSD), que, se o moço não for parado, a inevitável fatura do assédio moral pode recair sobre a gestão dela, que até aqui tem sido celebrada justamente em razão do trato afável, humano e respeitoso que ela dispensa aos servidores.

Silêncio conveniente

Tem causado estranheza o silêncio do Conselho de Arquitetura e Urbanismo da Bahia (CAU-BA) diante dos vários casos relacionados ao governo do estado em Salvador. A entidade tem tido uma atuação fervorosa em questões da prefeitura, como no caso de um terreno na Barra, mas se cala quando os temas são relacionados ao governo Jerônimo, como a supressão de vegetação para a duplicação da Estrada do Derba e a construção de uma via em Cajazeiras. Sem contar na degradação de diversos equipamentos, como o Parque Solar Boa Vista, que vem sofrendo ao longo dos últimos anos. Mas o CAU parece não ter visto. Será que é por que o presidente da entidade, Tiago Fontenelle, tem um cargo de coordenação no governo do estado? Perguntar não ofende…

Verde e amarelo

Um constrangimento que a base petista da Bahia não consegue disfarçar é com a assinatura do deputado federal Pastor Sargento Isidório (Avante) no requerimento de urgência para o projeto de lei que prevê anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro. Sem reservas, o folclórico apoiador de Jerônimo ignorou a orientação do PT e abraçou com tudo a principal pauta bolsonarista. Não demorou muito para Isidório entrar na mira do Palácio do Planalto para que recue e retire seu apoio à urgência da matéria. O “doido”, como ele mesmo se apresenta, está a ponto de enlouquecer os aliados baianos com essa crise de sincericídio verde e amarelo. Há quem diga que o parlamentar possa surpreender em 2026.