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O presente de grego de Jerônimo aos servidores, o negacionismo do governador e o deputado pinguço

Leia a coluna na íntegra

  • Foto do(a) author(a) Pombo Correio
  • Pombo Correio

Publicado em 31 de outubro de 2025 às 05:30

Jerônimo anunciou aumento da contribuição dos servidores no custeio do Planserv
Jerônimo anunciou aumento da contribuição dos servidores no custeio do Planserv Crédito: Joá Souza/GOVBA

No dia do Servidor Público, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) conseguiu transformar o que deveria ser comemoração em dor de cabeça. Em vez de anúncios positivos, o presente veio em forma de previsão de aumento da contribuição dos servidores no custeio do Planserv, principal plano de saúde do funcionalismo estadual. Deficitário e com hospitais cada vez mais relutantes em atender os beneficiários, o plano sangra desde que o ex-governador Rui Costa (PT) reduziu de 5% para 2% a participação do Estado. O déficit forçou Jerônimo a alterar o índice para 2,5%, patamar insuficiente que ainda não deu conta do rombo de cerca de R$ 200 milhões anuais. Agora, o governo projeta dividir a conta com quem já paga caro por um serviço que está longe de ter o mínimo de decência.

Bomba relógio

Restando pouco mais de um ano de governo, Jerônimo percebeu que herdou de Rui Costa um Planserv como uma bomba relógio: esvaziado, sem fundo de custeio suficiente e com uma modelagem fadada ao colapso. Para fazê-lo funcionar dignamente, Jerônimo terá de abrir o cofre (que vive tempos de aperto - basta ver a quantidade de empréstimos) e ainda repassar parte da conta aos servidores, o que o apavora só de imaginar que isso ocorre às vésperas da corrida eleitoral. Nos bastidores, técnicos do governo admitem que o problema tem sido postergado internamente em razão do estilo de mandato do governador, que é mais afeito às viagens do que às demandas administrativas da gestão. “Uma hora a fatura ia chegar”, disse uma fonte.

O deputado pinguço

Um deputado estadual baiano foi flagrado nesta quinta-feira (30) por observadores da política baiana em um grande shopping da cidade tomando uma cervejinha. Até aí tudo bem. Mas o parlamentar, parecendo inquieto, começou andar pelo restaurante segurando a sua garrafa verdinha nas mãos, como se procurasse alguém, visivelmente alterado, o que chamou a atenção dos presentes. O pior é que, pelo que se comenta nos bastidores, o deputado tem histórico de encher a cara e exagerar na bebida, inclusive com muitos momentos constrangedores.

Coronel fez escola

De uns tempos pra cá, o governador Jerônimo Rodrigues passou a receber prefeitos não mais apenas no seu gabinete oficial, mas no próprio Palácio de Ondina, com direito a café da manhã e tudo mais. A tentativa, dizem, é impressionar os gestores com a pompa do endereço, já que as obras e promessas de investimentos nos municípios não saem do papel. O gesto anfitrião, todavia, parece familiar, inspirado (ou talvez até enciumado) no senador Angelo Coronel (PSD), que toda semana recepciona prefeitos e lideranças do interior em sua casa em Salvador, com mesa farta do café da manhã ao jantar. Ali, articula e avoluma apoios para sua tentativa de reeleição ao Senado, prevendo o cenário em que deverá ficar fora da chapa majoritária, uma vez que a cúpula petista não esconde de ninguém o desejo por uma chapa puro-sangue.

Difícil escapar

Ao comentar a megaoperação policial no Rio de Janeiro, o governador Jerônimo Rodrigues aproveitou para afirmar que, na Bahia, a situação está “sob controle”. A fala, de completo descolamento da realidade, é intencional e estratégica. Interlocutores da base governista dizem que a insistência do chefe do Executivo em minimizar a gravidade da crise da segurança pública soa como um escape porque não enxergam haver no petista disposição real de enfrentar o problema, que apesar da sua complexidade exige energia e pulso. Os mais experientes advertem que está cada vez menos possível passar ao largo dessa pauta, que deverá ser a tônica das eleições do próximo ano.

Silêncio estratégico

Por falar em Rui, é inegável que causa constrangimento para a esquerda a escolha do ministro para fazer a interlocução com o governo do Rio de Janeiro em relação a este caso. Rui foi escalado pelo presidente Lula (PT) para participar do diálogo com o governador Cláudio Castro (PL) sobre a operação, que tem sido massacrada por políticos da esquerda. O problema é que este é o mesmo Rui Costa que, numa operação que resultou na morte de 12 pessoas, disse que os policiais eram "artilheiros em frente ao gol", o que, na época, foi amplamente criticado, inclusive nacional. Mas agora, pelo menos por enquanto, o silêncio da esquerda é ensurdecedor.

Válvula de escape

Por trás das cortinas, os ex-governadores Rui Costa e Jaques Wagner (PT) travam uma disputa cada vez mais evidente pelo controle da base aliada. De um lado, Rui se movimenta em dobradinha com o ex-deputado Ronaldo Carletto, cacique do Avante na Bahia. Nos bastidores, há quem diga que, se o jogo apertar, Rui pode até se abrigar no partido para disputar o Senado, enquanto Carletto sonha ser seu primeiro suplente. Do outro, Wagner ensaia um contra-ataque silencioso, aproximando-se do PSB para acomodar deputados do PP e mantê-los na órbita governista. Ambos buscam uma válvula de escape para 2026, não se sabe se para si próprios ou para o grupo.

Problemas sem fim

Pode até parecer filme repetido, mas beira o inacreditável que a gestão de Jerônimo não consiga dar soluções, nem que sejam paliativas, para problemas graves e urgentes que afetam diretamente a população. Dois deles, que estão causando a revolta da população, são o caso da seca na região de Irecê e a situação precária do desvio da ponte sobre o Rio Jequitinhonha, cujo estado se agravou nos últimos dias com as chuvas que atingiram o Extremo Sul baiano. Em ambas as situações as respectivas populações estão enfrentando uma série de problemas e até decidiram fazer manifestações, mas o governo parece não se importar. No caso da seca, Jerônimo fez uma série de promessas, como a perfuração de poços, mas o ritmo está muito lento. Já no caso do desvio, a promessa era de pavimentação, o que parece estar longe de acontecer. Enquanto isso, o povo paga a conta.

Ditador de estimação

Aliado de Jerônimo e Lula, o deputado federal baiano Valmir Assunção (PT) integrou a comitiva de parlamentares de PT e PCdoB que foram à Venezuela prestar apoio e solidariedade ao ditador Nicolás Maduro. Nas suas redes sociais, o deputado petista fez questão de publicar toda a agenda, inclusive em reuniões com aliados de Maduro. É aquela velha incoerência dos petistas: se dizem defensores da democracia, mas adoram as ditaduras de estimação, como a venezuelana.

Sustentabilidade de gogó

O secretário de Meio Ambiente do Estado, Eduardo Sodré, enteado do senador Jaques Wagner, decidiu se pronunciar sobre a desafetação de áreas em Salvador. Mas é de se estranhar o silêncio dele em relação à Serra da Chapadinha, entre os municípios de Itaetê, Ibicoara e Mucugê. A região, que tem grande importância ambiental e hídrica para a Chapada Diamantina, vem sendo ameaçada, segundo denunciam grupos de ambientalistas, que querem transformar o local em uma Unidade de Conservação. Estes grupos, inclusive, questionam qual é o interesse de Eduardo Sodré ao empurrar o assunto com a barriga. Eles ainda deixam perguntas: "As vidas de milhões de pessoas não importam? Só visam o capital financeiro em detrimento da vida?". O espaço segue aberto caso o secretário deseje se pronunciar.