Os amigos de Jerônimo e o pacto bilionário, a guerra fria na Alba e as sondagens do governo

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  • Coluna Pombo Correio

Publicado em 29 de março de 2024 às 05:00

Governador e vice tiveram encontro eufórico com empreiteiros
Governador e vice tiveram encontro eufórico com empreiteiros Crédito: Divulgação/GOVBA

Aos amigos tudo

O governador Jerônimo Rodrigues (PT) e o vice Geraldo Júnior (MDB) se reuniram com empreiteiros para discutir o recente pacote de obras do governo na Educação, de R$1,3 bilhão, e de outro lote de investimentos na mesma área para o futuro, com o mesmo valor. O encontro aconteceu no gabinete do próprio governador num ambiente de muita euforia. Os empresários ficaram especialmente felizes porque o edital da licitação exige como pré-requisito tipos de serviços que a turma da reunião já presta ao governo do Estado.

Olho nas cifras

Chamou a atenção também a presença do vice-governador Geraldo Júnior na reunião com os empreiteiros. Fontes do governo garantem que o vice esteve no encontro para se aproximar da turma em busca de apoio “empresarial” para sua eventual campanha a prefeito de Salvador.

Guerra fria

O clima é de guerra fria entre Executivo e Legislativo desde a aprovação da PEC da Reeleição que pavimenta o terceiro mandato do deputado Adolfo Menezes (PSD) na presidência da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba). Interlocutores do Parlamento dizem que o pessedista não gostou nada das declarações do governador Jerônimo, que foram interpretadas como uma senha para que seus concorrentes continuem a se mexer. Há quem diga que a falta de quórum para votação do empréstimo esta semana tenha relação com esse conflito.

Queimou a língua

Tentando antagonizar com o prefeito Bruno Reis, o vice-governador Geraldo Jr veio a público nessa semana para criticar a administração municipal na área de geração de empregos. Mas aí veio a divulgação dos dados do Caged de fevereiro, que caíram como um banho de água fria para o vice-governador. Além de liderar no Norte e Nordeste, Salvador é a terceira capital no país com melhor saldo positivo (10.751) no acumulado do ano. E mais: a capital superou a Bahia, que teve no período saldo de 9.548 vagas. Ou seja: sem Salvador, o estado registraria um saldo negativo de postos de trabalho neste início de 2024.

Sondagem pra todo lado

Do jeito que vai, a gestão de Jerônimo Rodrigues vai se notabilizar também como o "governo da sondagem". Depois da Ponte Salvador-Itaparica, agora foi a vez de uma sondagem para a implantação de uma estação do metrô no Campo Grande, obra que o governo promete licitar ainda este ano. Parafraseando um antigo jingle do governo petista: “é sondagem pra todo lado/quem fez foi o governo do estado”.

Alerta ligado

As recentes pesquisas de intenção de votos realizadas em Salvador acenderam um sinal de alerta para o time de Geraldo Júnior. O prefeito Bruno Reis (União Brasil) aparece na liderança consolidada tanto no levantamento da Real Time Big Data quanto no da Paraná Pesquisas, enquanto o vice-governador, além de estar atrás, não apresentou o crescimento esperado. Lideranças de partidos que acompanham Geraldo confidenciaram à coluna que o desempenho do vice preocupa para a eleição de vereadores e que, no cenário atual, pré-candidatos não estão animados para a disputa.

Aprovação elevada

Além de liderar com mais de 76% dos votos válidos na pesquisa da Paraná, o prefeito Bruno Reis aparece com aprovação muito elevada, chegando a 72%, superando inclusive o presidente Lula (PT), que tem índice positivo de 63,2%.

Em baixa

A queda da avaliação do presidente Lula tem turbinado o aumento da rejeição do governo de Jerônimo Rodrigues? Ou vice versa? Diante do cenário, a avaliação de observadores da política baiana é que ambos serão eleitores menos relevantes do que em outras épocas nos palanques municipais. No caso de Jerônimo, pode até ser um peso negativo.

Fumaça branca

Tudo caminha para um amplo entendimento em Candeias, tendo PP e União Brasil juntos na corrida eleitoral. O prefeito Pitágoras (PP) já escolheu o secretário de Gestão Pública e Serviços Públicos, Eriton Ramos, como seu nome para a disputa, enquanto o União Brasil tem a ex-prefeita Tonha Magalhães. As conversas estão avançando e a expectativa é que haja um consenso em breve.

Prazo definido

Em Lauro de Freitas, a expectativa é que em abril seja definida a chapa de oposição para enfrentar o grupo da prefeita Moema Gramacho (PT), que escolheu como seu candidato o secretário Antônio Rosalvo. Entre os oposicionistas, as conversas estão sendo intensificadas em busca da unidade, e a ideia é que o grupo tenha apenas uma candidatura, cujo nome será aquele que reunir maiores condições de bater o grupo de Moema.

Embate

A eleição em Ilhéus promete fortes embates na base petista. O prefeito Marão (PSD) já escolheu seu secretário de administração, Bento Lima, como pré-candidato à sucessão, mas Jerônimo e a cúpula petista querem emplacar a secretária estadual da Educação, Adélia Pinheiro, como o nome do governo na disputa. Adélia, inclusive, deve se desincompatibilizar nos próximos dias para entrar na corrida. Nos bastidores, Marão e caciques do PT trocam farpas e, por enquanto, não há sinais de consenso.

Camarote

Do outro lado, na oposição, Valderico Júnior (União Brasil) e Jabes Ribeiro (PP) também estão na disputa e são justamente os mais bem colocados em sondagens realizadas no município. Quem acompanha a política na cidade diz que os dois podem compor uma única chapa, que deve ser encabeçada por aquele que pontuar que reunir as melhores condições para a eleição. A oposição acompanha de camarote as farpas no grupo governista.