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Jairo Costa Jr.
Publicado em 19 de setembro de 2023 às 05:00
Ex-chefe da Secretaria de Segurança Pública (SSP) por quase uma década e derrubado do cargo por suspeita de envolvimento no esquema de venda de sentenças desarticulado pela Operação Faroeste, Maurício Barbosa foi transferido para a Delegacia da Polícia Federal no Aeroporto de Salvador por ordem da cúpula da corporação. Delegado federal de carreira, o ex-secretário estava lotado desde o início de abril na Academia Nacional da PF em Brasília, unidade responsável pelo treinamento e formação de policiais. Coincidência ou não, a transferência foi determinada pelo diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, com quem Barbosa criou arestas quando comandava a SSP. >
Lei do retorno>
Integrantes graduados da Federal na Bahia contaram à Satélite que, em 2014, Barbosa foi procurado por Rodrigues, escolhido pela então presidente Dilma Rousseff (PT) para coordenar a segurança da Copa do Mundo no Brasil. O objetivo era alinhar ações com a SSP no estado. No entanto, Barbosa teria recusado a parceria com o atual número um da PF.>
Passo sincronizado>
O retorno do outrora todo-poderoso da SSP a Salvador ocorreu dias antes da descoberta de um relatório da PF que aponta suspeitas de interferência de Maurício Barbosa para blindar desembargadores acusados pela Faroeste em investigações sobre grilagem de terras no Oeste da Bahia. Assinado em 31 de julho deste ano pelo delegado federal Pancho Riva Gomes, o documento de caráter sigiloso foi revelado pela Folha de S.Paulo no último sábado. A reportagem expôs indícios que implicam diretamente o ex-secretário no esquema de corrupção no Judiciário baiano.>
Vaga na fila>
Investigadores com acesso a detalhes sobre a Operação Patronos, deflagrada na última quinta-feira como desdobramento da Faroeste, garantem que a nova ofensiva mira pelo menos dois desembargadores que ainda não estavam no radar do cerco à venda de sentenças. A informação tem como base o rastreamento de recursos movimentados por advogados e operadores de propina em datas e valores que coincidem com decisões favoráveis aos clientes beneficiados pelo esquema. Ao mesmo tempo, as provas coletadas confirmam o teor de delações premiadas firmadas com a Procuradoria-Geral da República.>
Cruz e espada>
Caciques da base aliada ao Palácio de Ondina afirmam que recentes pesquisas de consumo interno sobre a corrida pela prefeitura da capital colocaram o PT em uma sinuca de bico difícil de sair. Em síntese, os nomes com maior capilaridade eleitoral do bloco, todos de outros partidos, são tidos como "inconfiáveis" por dirigentes petistas e membros do núcleo-duro do governo Jerônimo Rodrigues. Já os do PT apresentam baixíssima competitividade.>
Freio de mão>
Enquanto parte dos estados avança na concretização da Lei Paulo Gustavo, a Bahia continua sem prazo definido para lançamento dos editais a cargo da Secretaria Estadual de Cultura (Secult). No último dia 6, o chefe da pasta, Bruno Monteiro, assegurou que eles seriam publicados semana passada.>
Hilton Coelho, deputado estadual do Psol, ao destacar os motivos que levaram a sigla a cortar os laços com o governo Jerônimo
Deputado do Psol