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Trânsito: uma construção coletiva

Pequenas atitudes de cada cidadão colaboram com a redução de acidentes e com a preservação de vidas

Publicado em 15 de maio de 2025 às 05:30

Com mais de 2,5 milhões de habitantes, Salvador é a quinta capital mais populosa do país. Ultrapassamos a marca de um milhão de veículos emplacados na cidade, fora os de outros municípios que circulam pelos nossos milhares de quilômetros de vias, dentro dos quase 700 mil quilômetros quadrados de extensão territorial.

Toda essa grandeza reflete na complexidade que é o trânsito da cidade. Gerir essa engrenagem de forma harmoniosa é um desafio diário. Porém, no trânsito, a responsabilidade não é apenas do Poder Público. É uma via de mão dupla. Pequenas atitudes de cada cidadão colaboram com a redução de acidentes e com a preservação de vidas.

Sensibilizar a população para que adote condutas responsáveis é nosso trabalho constante. Podemos citar alguns problemas que exigem atenção redobrada. Os registros de ocorrências com motociclistas é um deles. Somente no ano passado, 57% das mortes no trânsito de Salvador foram de vítimas de sinistros envolvendo motos, a maioria motociclista (65 mortes).

Temos percebido um crescimento de fatos indesejáveis com esses condutores. Para tentar barrar esses números, implantamos a primeira motofaixa da cidade, na Av. Bonocô. No primeiro mês, houve uma redução de cerca de 60% de acidentes envolvendo motos na via. Estamos finalizando estudos para implantar essa estratégia em outras avenidas. Investimos em ações e campanhas educativas, como rodas de conversas e distribuição de materiais educativos.

Porém, todo nosso esforço não tem o efeito desejado se não houver uma mudança de cultura de alguns motociclistas quanto à real necessidade de respeitar regras básicas, como não exceder a velocidade, não transitar por locais indevidos e não avançar o sinal vermelho. Nenhuma pressa justifica uma vida perdida.

Esses comportamentos adequados devem ser adotados por quem está sobre duas ou quatro rodas, bem como por aqueles que estão a pé. Nos quatro primeiros meses deste ano, 19 pedestres morreram atropelados em Salvador. Mais uma vez, o excesso de velocidade está associado a esse alto grau de fatalidade. Um atropelamento a 60 km/h equivale a uma queda do 6º andar. Para alertar a todos sobre a importância dos perigos do excesso de velocidade, neste Maio Amarelo, mês dedicado à segurança viária, adotamos o mote: “Desacelere – Tem sempre alguém te esperando”. Aliado à redução da velocidade de motos e carros, é preciso que os pedestres também colaborem e evitem transitar fora da faixa, sob passarelas, em vias de trânsito rápido ou manuseando celulares.

Diante dessa complexidade que a realidade nos impõe, garantir fluidez com segurança viária é nosso “nó górdio”, aparentemente difícil de resolver, mas a solução está, em alguns casos, em condutas simples e responsáveis. O trânsito é uma construção coletiva. Se todos fizerem sua parte teremos muito mais vidas preservadas.

Diego Brito é superintendente de Trânsito de Salvador