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Um dia inteiro de aprendizado

O estudante do programa integral é encorajado a experimentar sua autonomia em gestos cotidianos

Publicado em 29 de julho de 2025 às 05:00

Ao projetar robôs, os alunos aprendem a organizar informações e a pensar em etapas (Imagem: worradirek | Shutterstock)
Ensino integral representa uma proposta educativa que acolhe a criança em sua totalidade Crédito: Shutterstock

O ensino em tempo integral vem ocupando cada vez mais espaço nas instituições educacionais do Brasil. Mas, afinal, o que torna esse modelo tão atrativo para as famílias e tão potente para o desenvolvimento das crianças?

Muito além da ideia de “ficar mais tempo na escola”, o ensino integral representa uma proposta educativa que acolhe a criança em sua totalidade. Ele amplia o tempo na escola, sim, mas, principalmente, amplia as possibilidades de aprender com sentido, de brincar com propósito, de explorar o mundo com curiosidade e segurança.

No modelo tradicional de meio período, os alunos cumprem um currículo concentrado em disciplinas acadêmicas, geralmente no turno da manhã. Já no período integral, o turno estendido (normalmente à tarde) é estruturado com atividades complementares que estimulam diferentes dimensões do desenvolvimento: esportes, artes, oficinas de criatividade, orientação de estudos, momentos de descanso e socialização. Cada uma dessas vivências é planejada com intenção pedagógica e afeto.

O estudante que participa de um programa integral é encorajado a experimentar sua autonomia em pequenos gestos cotidianos: escolher o que comer, organizar seus materiais, pedir ajuda quando precisa. É nesse espaço ampliado que ele aprende também sobre si mesmo, sobre o outro e sobre o mundo.

Outro fator que tem impulsionado a busca pelo tempo integral é a rotina das famílias. Ter o filho em um ambiente seguro, com alimentação balanceada, acompanhamento das tarefas escolares e acesso a uma variedade de atividades em um só lugar, facilita a logística familiar. Mas o benefício vai além da praticidade. A família começa a enxergar, com o tempo, uma criança mais confiante, mais comunicativa, mais aberta ao novo. O vínculo entre escola e família se fortalece justamente quando os pais percebem que a escola não é apenas um espaço de ensino, mas também de cuidado, de escuta e de construção de valores.

Conteúdos acadêmicos continuam importantes, mas ganham uma nova roupagem ao lado da música, da dança, das rodas de conversa, das experiências científicas e das práticas esportivas. O dia escolar se transforma em um ciclo que integra aprendizagem, prazer e convivência.

Pude testemunhar transformações emocionantes em alunos que chegaram tímidos, com dificuldades de interação ou autonomia, e que, ao longo dos meses, floresceram. Mudanças na forma como se expressam, como se organizam, como se relacionam com o próprio corpo e com os outros. Muitas vezes, até mesmo os hábitos alimentares se transformam, com ampliação do repertório e convivência com colegas que partilham refeições diversas.

Olhando para o futuro, vejo tempo integral como uma tendência cada vez mais forte. Neste modelo, a escola deixa de ser somente o lugar onde se aprende para se tornar o lugar onde se vive.

O ensino em tempo integral vem ocupando cada vez mais espaço nas instituições educacionais do Brasil. Mas, afinal, o que torna esse modelo tão atrativo para as famílias e tão potente para o desenvolvimento das crianças?Cristianna Rodrigues é coordenadora Pedagógico Infantil do Bernoulli

Muito além da ideia de “ficar mais tempo na escola”, o ensino integral representa uma proposta educativa que acolhe a criança em sua totalidade. Ele amplia o tempo na escola, sim, mas, principalmente, amplia as possibilidades de aprender com sentido, de brincar com propósito, de explorar o mundo com curiosidade e segurança.

No modelo tradicional de meio período, os alunos cumprem um currículo concentrado em disciplinas acadêmicas, geralmente no turno da manhã. Já no período integral, o turno estendido (normalmente à tarde) é estruturado com atividades complementares que estimulam diferentes dimensões do desenvolvimento: esportes, artes, oficinas de criatividade, orientação de estudos, momentos de descanso e socialização. Cada uma dessas vivências é planejada com intenção pedagógica e afeto.

O estudante que participa de um programa integral é encorajado a experimentar sua autonomia em pequenos gestos cotidianos: escolher o que comer, organizar seus materiais, pedir ajuda quando precisa. É nesse espaço ampliado que ele aprende também sobre si mesmo, sobre o outro e sobre o mundo.

Outro fator que tem impulsionado a busca pelo tempo integral é a rotina das famílias. Ter o filho em um ambiente seguro, com alimentação balanceada, acompanhamento das tarefas escolares e acesso a uma variedade de atividades em um só lugar, facilita a logística familiar. Mas o benefício vai além da praticidade. A família começa a enxergar, com o tempo, uma criança mais confiante, mais comunicativa, mais aberta ao novo. O vínculo entre escola e família se fortalece justamente quando os pais percebem que a escola não é apenas um espaço de ensino, mas também de cuidado, de escuta e de construção de valores.

Conteúdos acadêmicos continuam importantes, mas ganham uma nova roupagem ao lado da música, da dança, das rodas de conversa, das experiências científicas e das práticas esportivas. O dia escolar se transforma em um ciclo que integra aprendizagem, prazer e convivência.

Pude testemunhar transformações emocionantes em alunos que chegaram tímidos, com dificuldades de interação ou autonomia, e que, ao longo dos meses, floresceram. Mudanças na forma como se expressam, como se organizam, como se relacionam com o próprio corpo e com os outros. Muitas vezes, até mesmo os hábitos alimentares se transformam, com ampliação do repertório e convivência com colegas que partilham refeições diversas.

Olhando para o futuro, vejo tempo integral como uma tendência cada vez mais forte. Neste modelo, a escola deixa de ser somente o lugar onde se aprende para se tornar o lugar onde se vive.

Cristianna Rodrigues é coordenadora Pedagógico Infantil do Bernoulli