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Victor Uchôa: Botando pra pegar no tombo

  • D
  • Da Redação

Publicado em 7 de janeiro de 2017 às 05:00

 - Atualizado há 2 anos

Confesso, caro leitor ou bela leitora, que fiquei uns dias fora do ar entre o final do ano que se foi e o início deste que tenta pegar no tombo. Fui bater uma bolinha à beira-mar com os amigos e comer aratu da hora. Perdoe se deixo escapar qualquer coisa.

Digo isso porque voltei meio preocupado, afoito pra me atualizar com o noticiário, saber das contratações, dos negócios e do que mais atrativo teria acontecido no mundo esportivo. Ocorre que, pelo menos até onde consegui ver, é aquilo mesmo e não muda nada. Parece até que 2016 nem acabou.

O caso mais interessante desses dias em que estive desconectado é o da equipe do Montpellier, da França, que resolveu estabelecer uma multa de 1.000 euros para cada quilo que seus jogadores engordassem durante a folga de Natal e Ano Novo.

O clube ainda não divulgou se alguém voltou aos treinos com aquele descaradinho volume extra acumulado por sobre a cintura, mas, se uma moda dessa pega no Brasil, ia ter muito jogador com descontão no salário.

Imagine a turma nesses babas de fim de ano, tradicionalmente seguidos de uma derrama de cerveja e incontáveis quilos de carne no churrasco. Vem de lá aquele miolo da alcatra tinindo, macio e suculento, e o atacante de beirada, doido pra ir à linha de fundo, se vê obrigado a recompor na marcação: “Não, obrigado. Tem chá de boldo?”. Duro.  

Tirando essa história de anedotário, nada do que a vista alcançou tem lá muita graça. A montagem de elenco de Bahia e Vitória, por exemplo, parece mais aquelas novelas modorrentas da Globo, obras-primas no quesito encher linguiça. Você pode ficar dois meses sem assistir à novela que, quando parar de novo na frente da TV, as tramas estarão quase no mesmo lugar, dando voltas em torno da mesma ladainha.

No Fazendão, a ladainha ficou tão enfadonha que Marcelo Sant'Ana resolveu entregar o boné do diretor de futebol, Ney Pandolfo. Em entrevista essa semana, o presidente tricolor afirmou objetivamente que o ritmo (e o nível?) de contratações para 2017 não estava satisfatório, por isso o caminho da demissão. Se quem vive lá dentro estava achando chato, aqui fora estava muito pior, pode ter certeza, Marcelo.

Na Toca do Leão, por sua vez, a novela teve até episódios inesperados, o que não quer dizer que o enredo ficou melhor. Até o momento em que escrevo este texto, Marinho segue sendo um jogador do Vitória, mesmo tendo declarado publicamente que iria embora devido a uma proposta “surreal”.

Surreal mesmo nisso tudo é o Vitória ter liberado sua sala de imprensa para um jogador dar declarações em que força a barra para deixar o clube. Mais surreal ainda é o gestor de futebol, Sinval Vieira, assumir o microfone minutos depois para dizer que Marinho não iria embora assim facilmente.

Está certo o Vitória em exigir que a multa contratual seja paga, assim como todo jogador faz questão de receber os vencimentos devidos quando é mandado embora antes do fim do contrato. Mas o episódio de convocar jornalistas para ouvir pronunciamentos cheios de desencontros foi nada mais que uma comédia pastelão.

O roteiro só engrenou quando pintaram Dátolo e Cleyton Xavier, nomes que até animam o torcedor a curtir mais um final de semana de verão.

Falar nisso, vou ali dar um mergulho, caro leitor ou bela leitora. Se pintar algo de extraordinário, peça pra me avisarem, por favor. Pelo sim, pelo não, nos vemos quinta-feira na subida da Colina.Victor Uchôa é jornalista e escreve aos sábados