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Xico Sá: pela volta da loira

  • D
  • Da Redação

Publicado em 20 de outubro de 2010 às 08:35

 - Atualizado há 2 anos

Rato de arquibancadas desde menino, quando testemunhava as pelejas de Icasa x Guarani no Romeirão, em Juazeiro do Norte, aproveito o período cívico-eleitoral para exercitar o meu jus esperneandi, ou seja, o direito de espernear: pelo amor do Senhor do Bonfim, devolva a nossa sagrada cerveja gelada aos estádios.

Nós, os considerados torcedores decentes, não podemos continuar nesse castigo eterno por causa da minoria baderneira. Com ou sem bebida, eles irão aprontar do mesmo jeito - o Estado que ache uma maneira de freá-los e garantir a paz aos homens ludopédicos de boa vontade.

Futebol sem cerveja é uma lástima, não orna, não combina, fica faltando alguma coisa, é namoro sem beijo, café sem açúcar, Romeu sem Julieta, é como ir a Roma e não ver o papa. E quando nosso time anda mal das pernas, Deus nos acuda, como aguentar sem molhar a goela?

Na ascensão ou na queda do nosso onze, urge uma loira que nos socorra, facilita bastante segurar o Vitória na primeirona e mais ainda devolver o Bahia ao lugar de onde nunca deveria ter despencado. Nesse Elevador Lacerda que é o futiba, carecemos - mais do que nunca! - das espumas flutuantes, nos afiança neste pleito o bardo Castro Alves.

Como diria o doutor Sócrates, bom de bola e bom na escola, o futebol é um engradado de surpresas. Tem algo que combine mais com um jogo do que uma cerveja gelada?

No ano passado houve uma tentativa do retorno do precioso líquido em São Paulo. Nada feito, mesmo com um representante de Deus, o padre Marcelo Rossi, como avalista publicitário da causa.

Conhecedor da história, o famoso vigário sabe que a cerveja é invenção dos mosteiros. Por esta razão e com uma ajudinha de cartolas e cervejarias, fez uma ótima defesa da bebida. Necas de pitibiriba. Os homens da lei jogaram duro.

Se um servo de Deus não obteve êxito, resta a nós, humildes pecadores, rogarmos às autoridades: devolvam o nosso prazer de testemunhar um jogo decentemente no campo.Antes uma cervejinha livre do que o câmbio negro que rola em algumas praças. Tem também a máfia dos camarotes - vips que nunca sofreram com a lei seca.

Sem se falar na massa, obrigada a comer toda água do mundo antes do começo das partidas. Aí adentra o estádio chamando Jesus de Genésio. Bronca na certa.

Seremos obrigados a esperar pela Copa do Mundo para tomar uma cerveja nas arquibancadas? Se a Fifa libera por que diabos as federações entornam o caldo sobre o tema? Não merecemos tamanho castigo. À luta, companheiros, mobilização permanente pelos nossos direitos.