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Site gratuito traz mais de 10 mil criações do escritor Ildásio Tavares

Professor, poeta e compositor, Ildásio é autor da primeira ópera negra da Bahia

  • Foto do(a) author(a) Vinicius Nascimento
  • Vinicius Nascimento

Publicado em 6 de dezembro de 2022 às 06:30

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Foto: Angeluci Figueiredo/Arquivo CORREIO

A montagem da primeira ópera negra baiana, em 2018, marcou o início de um processo que também era uma promessa. De Ildásio para Ildásio. Filho do poeta, dramaturgo e compositor baiano Ildásio Tavares, Ildásio Júnior prometeu ao pai, em seu leito de morte em 2010, aos 70 anos, dar continuidade à sua obra e divulgar seu legado do jeito que ele gostava: com eventos, escritos, conversas e criações.

Em 2022, mais uma etapa dessa promessa será cumprida. Dando continuidade ao Projeto Coleção Ildásio Tavares, serão lançados quarta-feira (7) o site coleção Ildásio Tavares e Antologia Negra Digital. Os dois espaços virtuais vão "iniciar" internautas na obra de Ildásio. O evento de lançamento acontece no Póstudo Restaurante , no  Rio Vermelho, a partir das 18h, apenas  para convidados.

Para quem não conhece o multiartista, só como compositor ele fez músicas que foram gravadas por Vinícius de Moraes, Maria Bethânia, Alcione, Toquinho e Nelson Gonçalves. Entre os seus parceiros estão artistas como Baden Powell, Vevé Calasans e Gerônimo.

“As coisas foram acontecendo, uma atrás da outra. Achamos músicas infantis, uma ópera, Caramuru, que é hilária, fantástica. Montei uma plataforma. Esse site é também para vender a obra de Ildásio. Tudo é conteúdo aberto, exceto itens como livros, camisas e coisas do tipo”, conta Ildásio Júnior, que é radialista e empreendedor cultural.

Com ilustrações de Carybé, o conteúdo inclui a reedição digital  de três livros e o libreto da ópera  Lídia de Oxum, que foi remontada em 2018, 24 anos após sua estreia,   com direção de outro filho do poeta, Gil Vicente Tavares . A história é ambientada nos engenhos de Santo Amaro da Purificação, em um Brasil pré-abolição da escravatura. A ópera, escrita em português e iorubá, é assinada em parceria com o maestro Lindembergue Cardoso (1939-1989). 

Os livros são Xangô, Candomblés da Bahia, Nossos Colonizadores Africanos e o Barão de Santo Amaro. A promessa é que o site seja alimentado conforme as novas descobertas sobre o autor aconteçam. E, como dito pelo filo, elas são diversas.  Uma das novidades do lançamento é a aba Acervo, fruto da parceria entre o CNPQ e o Instituto de Letras da Ufba – Ilufba, onde Ildásio lecionou, e que deixam à disposição mais de dez mil itens do professor doutor.

Entusiasta da obra de Ildasio, o professor de redação Márcio Teixeira destaca que o nascimento dessa plataforma é importante para a educação brasileira. “Ildásio era um pensador completo, dos mais importantes que a Bahia já formou e esse tipo de iniciativa é um pontapé para que ele seja reconhecido como tal. Ele tem materiais que podemos trabalhar em sala de aula para diversos contextos”, explica.

Memória

Nascido em 1940 na região cacaueira da Bahia, Ildásio era jurista de primeira formação. Em 1965, começou o curso de Letras, também na UFBA, e participou da Revista da Bahia, publicação que reunia a nova geração de escritores baianos.

Teve diversos poemas publicados em jornais nacionais e no exterior. Em 1968, publicou seu primeiro livro, Somente um Canto. No início da década de 1970, lecionou Língua Portuguesa e Literatura Brasileira na Southern Illinois University, nos Estados Unidos, onde morou por dois anos, formando-se também mestre em Literatura Americana e Inglesa.

Durante a vida,  publicou 42 livros, 15 deles de poesias.  “Eu choro direto, escrevo e leio coisas que me emociono. Depoimentos que ouço, que reservo para mim mesmo. Na apresentação da ópera eu não consegui falar. Tinha uma relação muito próxima com ele. Eu fui a última pessoa a ver meu pai vivo. Minha ligação com ele é muito forte, mas tento esquecer às vezes que é meu pai para mostrar que sou capaz de desenvolver esse trabalho”, diz Ildasio Júnior.

Com  mais de 10 mil itens, entre fotos, contos, cartas, fitas e similares, a ideia  é fazer com que Ildásio seja reconhecido da maneira que merece dentro e fora da academia - e entre as novas gerações.