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Rudson Caliocane sofreu isquemia tronco cerebral em 2019 após corte de peso brutal
Da Redação
Publicado em 20 de abril de 2022 às 18:20
Há dois anos e meio, um corte de peso, de cerca de 9kg em apenas um dia, trouxe sérios danos à saúde do lutador Rudson Caliocane. O brusco processo ao qual o brasileiro foi submetido acabou ocasionando um AVC. Mas o peso-pena (até 65,8kg) contrariou todas as expectativas dos médicos e fará sua volta aos cages.
Caliocane enfrentará Wesley Targino no próximo domingo (24), pelo Brazilian Fighting Series. Em entrevista ao site Combate, ele falou como foi a recuperação e as dificuldades que enfrentou para esse retorno."Foi um baque muito grande quando saiu o resultado dos exames. Foi constatado que tive um AVC isquêmico e que perdi 45% da massa do tronco encefálico. O médico falou que foi um milagre estar vivo, porque era para estar morto ou então em estado vegetativo para o resto da vida. Cinco médicos me condenaram que eu nunca voltaria a lutar. Que eu poderia voltar a ter uma vida normal, mas que até para correr teria dificuldades", disse.
"Até ir no Paulo Niemeyer que foi o único que me deu esperanças de retorno. Ele me examinou antes de olhar os exames e sacramentar algo. Ainda nem andava direito, mas ele falou que apesar de grave só dependia do meu esforço. Foi a esperança que eu precisava. Toda semana ia nele, mas quem pagava as consultas eram amigos da família e da vaquinha online que fiz. Sou muito humilde e foram essas doações que me salvaram", completou.
O incidente aconteceu em outubro de 2019. Rudson Caliocane, que era o campeão do Titan FC, entrou no cage para enfrentar Mateus Mendonça, pelo Future MMA 9, em São Paulo. Mas, logo após a luta, ele desmaiou e precisou ser socorrido pelos paramédicos. Levado ao hospital, foi diagnosticado com uma isquemia tronco cerebral.
Segundo o lutador, durante o duelo, seu corpo já dava sinais de que algo não estava bem.
"Quando o Bocão veio para dar uma guilhotina no primeiro round, eu tento defender e meu lado direito não estava funcionando. Tentei mexer o braço direito e não foi, então me defendi com o esquerdo. Afastamos e quando tentava chutar ou dar um soco, meu corpo não respondia. Troquei de base e não estava entendendo o que estava acontecendo. Soltei um chute com a esquerda e foi normal. Voltei para a base de destro e nada funcionava", lembrou, ao Combate."Lembro que acabou a luta, fomos orar e não conseguia falar. A língua estava morta e eu cansado demais. Meu pai me levantou do chão e tentou me levar para o banheiro, porque eu estava com diarreia. Um dos indícios de que era AVC. Quando fui descer do cage quase caí de cara no chão. A perna não funcionava e meu pai me arrastou para o banheiro. Pediram ambulância e achavam que era nariz quebrado. Eu com muita fraqueza e sem resposta de nada no lado direito do corpo. Ao chegar no hospital não andava mais".Hoje, Rudson Caliocane está com todos os movimentos recuperados e não tem nenhuma sequela física. "Eu estou bem. Ninguém diz que eu tive um AVC", afirmou.