Sem Bolt e Phelps, veja 10 atletas que devem brilhar em Tóquio

Simone Biles, da ginástica, é a principal aposta para brilhar na Olimpíada

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  • Giuliana Mancini

Publicado em 23 de julho de 2021 às 14:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Loic Venance/AFP

A cada quatro anos, o mundo parava para assistir aos feitos de Usain Bolt, o carismático homem mais rápido do mundo, e de Michael Phelps, maior medalhista olímpico da história - com 28 medalhas, sendo 23 de ouro. Mas os astros já estão devidamente aposentados, e não estarão em cena em Tóquio. Se, por um lado, farão falta, há uma vantagem: a ausência deles abrirá espaço para que outras estrelas brilhem com mais intensidade.

Entre os nomes que mais prometem despontar como destaque, estão a ginasta Simone Biles, o judoca Teddy Riner e a corredora Shelly-Ann Fraser. Confira os 10 atletas estrangeiros para ficar de olho durante os Jogos:

Simone Biles (EUA) - Ginástica artística A ginasta Simone Biles é a maior candidata a ser o grande nome dos Jogos de Tóquio. Há cinco anos, a americana impressionou o mundo com suas apresentações no Rio-2016, garantindo quatro ouros e um bronze. Agora, aos 24 anos, promete performances ainda mais incríveis, sendo capaz de realizar movimentos de altíssimo nível e que ninguém mais faz. É a grande favorita em quatro das cinco provas que vai realizar, além da competição por equipes. Simone Biles deve ser o maior destaque em Tóquio-2020 (Loic Venance/AFP) Kohei Uchimura (Japão) - Ginástica artística Kohei Uchimura ostenta um currículo impecável e, para muitos fãs da ginástica, trata-se maior atleta masculino na história da modalidade. Afinal, o japonês é o atual bicampeão olímpico no individual geral, a competição que mede o ginasta mais completo do mundo. Ainda coleciona três medalhas olímpicas de ouro e quatro de prata, e, por todas essas conquistas, foi apelidado de Rei Kohei. O atleta de 32 anos disputará sua quarta Olimpíada, no que deve ser sua despedida do evento. Em Tóquio, não competirá no individual geral, já que preferiu focar apenas na barra fixa.  Kohei Uchimura deve se despedir das Olimpíadas na edição de Tóquio (Karim Jaafar/AFP) Armand Duplantis (Suécia) - Salto com vara Com apenas 21 anos, Armand Duplantis promete ser a maior pedra no sapato do brasileiro Thiago Braz, que tenta o bicampeonato olímpico no salto com vara. Em fevereiro de 2020, o atleta - que nasceu nos Estados Unidos mas compete pela Suécia - cravou a melhor marca em pista coberta ao saltar 6,17m. Uma semana depois, foi além: 6,18m. Em pista descoberta, saltou 6,15m em setembro do ano passado e superou em um centímetro o recorde que pertencia ao ucraniano Sergey Bubka desde 1994. Mas, para todos os efeitos, a World Athletics não faz distinção entre marcas de pista coberta ou descoberta. Armand Duplantis deve ser a pedra no sapato de Thiago Braz (Andrej Isakovic/AFP) Caeleb Dressel (EUA) – Natação Sem Michael Phelps, Caeleb Dressel surge como o provável protagonista da natação masculina em Tóquio. Bicampeão olímpico nos Jogos do Rio de Janeiro em provas de revezamento, ele dominou o Mundial de Gwangju, na Coreia do Sul, em 2019, quando faturou seis ouros e duas pratas. No Japão, está classificado para três provas individuais (50 m e 100 m livre e 100 m borboleta) e é esperado em mais três ou quatro revezamentos. Não irá conseguir bater o recorde de Phelps de oito ouros em uma só Olimpíada, mas é considerado o favorito em seis disputas. Caeleb Dressel deve ser o protagonista da natação masculina em Tóquio (François-Xavier MARIT/AFP) Katie Ledecky (EUA) – Natação Katie Ledecky tinha apenas 15 anos quando disputou a Olimpíada de Londres, em 2012. E, logo em sua estreia nos Jogos, assegurou um surpreendente ouro nos 800 m livre. No Rio de Janeio, quatro anos depois, ganhou mais quatro ouros e uma prata, sendo a nadadora mais premiada da competição. A única derrota aconteceu no revezamento, o 4x100 m livre. Hoje aos 24 anos, Katie evoluiu tanto nas provas longas da natação que passou a medir forças com os homens nos treinos. Katie já tem cinco ouros olímpicos, além de uma medalha de prata (Attila Kisbenedek/AFP) Eliud Kipchoge (Quênia) – Maratona Aos 36 anos, Eliud Kipchoge busca ser o primeiro queniano bicampeão olímpico da maratona. Até aqui, o feito só foi conquistado por dois atletas: o etíope Abebe Bikila e por Waldemar Cierpinski, da então Alemanha Oriental. Mas alcançar marcas inéditas não é problema para Eliud. Em 2018, ele quebrou o recorde mundial de maratonas, com o tempo de 2h1m39s. No ano seguinte, ainda se tornou o primeiro homem a completar a prova em menos de duas horas - embora a marca não tenha oficializada pela World Athletics, entidade que comanda o atletismo, por não ter sido obtida em prova oficial e ter acontecido sob condições especiais. Eliud Kipchoge quer ser o primeiro queniano bicampeão olímpico da maratona (Proschka Van de Wouw/AFP) Allyson Felix (EUA) – Atletismo Atenas, Pequim, Londres, Rio de Janeiro e, agora, Tóquio. Allyson Felix disputará sua quinta Olimpíada aos 35 anos, e tentará empatar ou quebrar o recorde de medalhas de uma atleta americano de pista. Allyson possui atualmente nove medalhas (seis ouro e três pratas) e está a uma de distância de Carl Lewis, com 10. Dessa vez, os Jogos terão um fator especial a mais para ela: será a primeira vez que participará do evento após ser mãe. Em 2018, ela deu à luz Camryn, em um parto prematuro e complicado. Allyson quer a décima medalha no atletismo (Andrew Makedonski/Shutterstock.com) Katinka Hosszú (Hungria) – Natação Katinka Hosszu tinha apenas 15 anos quando participou pela primeira vez de uma Olimpíada, em Atenas-2004. Não levou nenhuma medalha na bagagem. Retornou aos Jogos em Pequim-2008 e em Londres-2012, mas seguiu sem qualquer pódio. Frustrada pelas experiências, decidiu mudar toda sua estratégia e até o técnico, e passou a adotar um rigoroso treinamento. O esforço foi tanto que ganhou o apelido de Dama de Ferro. E deu certo: na Rio-2016, aos 28 anos, conquistou três ouros e uma prata. Em Tóquio, mira mais pódios. Katinka ganhou três ouros e uma prata na Rio-2016 (Manan Vatsyayana/AFP) Shelly-Ann Fraser-Pryce (Jamaica) – Atletismo Sem Usain Bolt, caberá a Shelly-Ann Fraser-Pryce carregar a tradição jamaicana no atletismo em Tóquio. E a responsabilidade não poderia estar em melhores mãos. A velocista acumula seis medalhas olímpicas (dois ouros, três pratas e um bronze) e deve aumentar a coleção no Japão. Aos 34 anos, a atleta cravou 10s63 nos 100m rasos em um evento pré-olímpico em Kingston, a capital de seu país, o que a coloca como a segunda mais rápida de todos os tempos. Fica atrás apenas da atual recordista mundial, a americana Florence Griffith-Joyner, que fez 10s49, 10s61 e 10s62 em provas disputadas em 1988. Junto com Bolt, a Foguete de Bolso - apelido da atleta de 1m52 – é a única a atleta a ter subido ao pódio olímpico nos 100 m em três Olimpíadas seguidas, tendo levado o ouro em Pequim-2008 e Londres-2012. Em Tóquio, terá a chance de superar o compatriota. Shelly-Ann Fraser-Pryce já é dona de seis medalhas olímpicas (Karim Jaafar/AFP) Teddy Riner (França) – Judô Aos 32 anos, Teddy Riner já é considerado o maior judoca da história. O atleta - que nasceu na ilha de Guadalupe, no Caribe, mas compete pela França - coleciona dois ouros olímpicos (Londres-2012 e Rio-2016) e um bronze (Pequim-2008) e chegou a ostentar uma invencibilidade de quase dez anos nos tatames, com 154 lutas sem perder. Em Tóquio, busca igualar o japonês Tadahiro Nomura e se tornar o segundo judoca tricampeão olímpico em uma categoria de peso.  Teddy já é considerado o maior judoca da história (Attila Kisbenedek/AFP)