Torcedor é detido na Arena Corinthians após criticar Bolsonaro

Secretaria da Segurança Pública de São Paulo desmente prisão

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  • Da Redação

Publicado em 5 de agosto de 2019 às 20:37

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Ben Stansall/AFP

Um torcedor foi detido por policiais militares dentro do Itaquerão durante o clássico entre Corinthians e Palmeiras, que acabou empatado em 1x1 no último domingo (4).

De acordo com o Boletim de Ocorrência (B.O), o torcedor identificado como Rogério Lemes foi abordado por dois policiais militares que faziam patrulhamento durante o jogo. Ainda segundo o boletim, o torcedor "expressava sua opinião política gritando palavras contra o presidente". 

Os policiais alegaram que fizeram a detenção para "evitar um princípio de tumulto" e levaram o torcedor para a Delegacia de Política de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade), localizada dentro do próprio estádio.

A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP) afirmou em nota que não houve prisão do torcedor, mas "a condução dele por policiais militares ao posto instalado dentro da Arena Corinthians".

A pasta ainda afirmou que a conduta foi tomada para preservar a integridade física do torcedor e que logo após o registro do boletim ele foi liberado para assistir ao jogo. O torcedor divulgou imagens em uma publicação que fez em uma conta pessoal na internet.

Confira a íntegra da nota enviada pela SSP de São Paulo:

“A SSP esclarece que todas as polícias de São Paulo são instrumentos do Estado Democrático de Direito e não pautam suas ações por orientações políticas. Entre as atribuições da Polícia Militar estão: proteger as pessoas, fazer cumprir as leis, combater o crime e preservar a ordem pública. No caso em questão, a conduta foi adotada para preservar a integridade física do torcedor, que proferia palavras contra o presidente da República, o que causou animosidade com outros torcedores, com potencial de gerar tumulto e violência generalizada. A pasta informa que não houve prisão, mas a condução dele por policiais militares ao posto do Juizado Especial Criminal (Jecrim), instalado dentro da Arena Corinthians, onde foi registrado boletim de ocorrência não criminal e depois liberado para voltar a assistir à partida de futebol."