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Da Redação
Publicado em 29 de março de 2023 às 10:59
- Atualizado há 2 anos
A frase 'Deus me livre não ser Vitória' foi adotada pela torcida rubro-negra no ano passado durante a campanha de acesso à Série B do Brasileiro. Fez tanto sucesso com a galera que foi usada pelo marketing do clube e integra diversas peças do reposicionamento de marca lançado pelo departamento na última segunda-feira (27). Também está presente no novo uniforme que será usado na temporada 2023.>
Motivo de resenha e orgulho entre os rubro-negros, a frase se tornou o pivô de uma polêmica esta semana. É que o zagueiro Alan Santos entrou com um pedido de registro de patente dela em novembro de 2022. >
Capitão e um dos destaques do Vitória durante a Série C do ano passado, Alan Santos foi um dos cinco atletas do elenco que o Vitória divulgou interesse na renovação, mas clube e jogador não chegaram a acordo, ao contrário do que ocorreu com Dalton, Léo Gomes, Rafinha e Santiago Tréllez, que seguem no elenco.>
O CORREIO tentou contato com o zagueiro, que atualmente defende o Guarani, mas não obteve retorno. Ele usou a conta pessoal no Instagram para se pronunciar sobre o assunto através de vídeo. >
"Vim fazer um esclarecimento de toda essa polêmica desnecessária com o meu nome sobre uma patente, um registro de uma frase do ano passado. Vim dar o meu ponto de vista de coração porque há muito pré-julgamento. (...) Quando eu fiz essa patente dessa frase, no registro de marcas, o meu intuito não foi colocar o Vitória na Justiça, até porque foi registrado em novembro e eu não fiz isso. Quem colocou talvez tenha o intuito de desconstruir uma imagem que eu trabalhei muito para construir no ano passado, com resultado, muito trabalho e suor", afirmou Alan Santos. >
"A minha ideia de criar essa marca, essa patente, era se eu permanecesse no Vitória. Quando eu não fiquei no Vitória, eu achei que eu iria ficar, isso caiu por terra, foi lançada a minha ideia toda no esgoto, isso veio ao fim pra mim. Não tive o intuito de criar ela para fazer com que o Vitória fosse prejudicado. Eu não estou proibindo o Vitória de não fazer o lançamento do novo uniforme, isso é uma mentira (...)", disse o zagueiro, sem revelar se vai ceder a patente. Alan Santos contou que tem sofrido ameaças nas redes sociais nos últimos dias. >
Segundo o diretor jurídico do Leão, Dilson Pereira, o clube tem recursos sólidos para se defender. "O Vitória tem um sólido direito na situação, visto que os escudos e símbolos das entidades de prática desportiva são protegidas legalmente, art. 87 da Lei Pelé. Outrossim, o 'slogan' ou também conhecido como 'frase de efeito' tem como objetivo reforçar a ideia do posicionamento de uma marca ou de um determinado produto através de uma frase-chave, mas na Propriedade Intelectual essa expressão não é registrável", explicou o advogado.>
"Trata-se de situação que também pode ser resolvida à luz da boa-fé objetiva. Não é do dia a dia do atleta a exploração do slogan. O registro foi feito com o intuito nitidamente de obter proveito econômico em face da provável exploração pelo clube baiano, de modo a sujeitá-lo a uma situação sub-reptícia. O direito não pode agasalhar situações de má-fé, contrárias à sua finalidade", pontuou Dilson Pereira.>
O departamento de marketing do clube informou à reportagem que seguirá com a produção e comercialização dos produtos com a frase "Deus me livre não ser Vitória". >